Farmácias sem Aconselhamento?

20/20 um programa nos Estados Unidos investigou o aconselhamento dado pelos farmacêuticos. Desgraça total, a maior parte de quem atende não é farmacêutico; não há aconselhamento, medicamentos com interacções perigosas são vendidos conjuntamente. Enganos crassos resultam em acidentes graves, mesmo em mortes. A porta-voz das farmácias balbuciava desculpas incoerentes; os erros nem sequer são registados. Não me surpreende; as farmácias americanas bancas de medicamentos anónimos, sem qualquer ligação à comunidade.

Em Portugal o atendimento é cuidadoso, e atencioso, um lugar onde se pode ter aconselhamento real. E é também um cartel, dominado por um punhado de gente, que sem competição tem lucros bastante altos. Mas se o governo liberalizar as vendas de medicamento, vamos ter as farmácias iguais às farmácias americanas?

$15 ou $150?

Num mundo em que miúdos pobres obrigam as mães a gastar $150 por um par de sapatilhas, Stephon Marbury, estrela da NBA publicita um par de sapatilhas por $15. E passou a ser uma estrela do movimento anti-consumista; em que pagar mais pelo mesmo produto não é cool; é estúpido.

Comentário muito interessante sobre os custos do marketing no próprio preço aqui. Comentário mais global sobre o mundo dos ''sneakers'', aqui.

E Como Era a Nossa Vida?

A Vida dos Outros, filme absolutamente sensacional; poder, corrupção do poder, utopias perigosas, felicidade, bondade, amor, em última análise como nos comportaríamos numa situação em que não se pode ser bom?

Mas também um grande filme sobre a ditadura, a censura, a repressão. O que me faz pensar que em Portugal o salazarismo ainda não passou conveniente para o cinema. Será que a nosso processamento colectivo passa mais pela negação?

Star Jones! Show Us the Way

Nas revistas de celebridades americanas desta semana, grande destaque para uma negra que perdeu imenso peso. Eu olhava para as revistas (naquele momento fantástico sem culpa nos escaparates dos supermercados…) e não reconhecia a senhora de lado nenhum. Até que numa dessas revistas há um "antes e depois".

Fiquei chocado. Em "disbelief" olhava para uma foto e para outra; mas era mesmo ela, uma das apresentadoras do "The View" um programa de televisão da manhã que, num período negro na minha vida, eu via por breves segundos durante as (longas…) sessões de zapping.

Em pele, gordura, carne cortada, saiu pelo menos a mesma massa que ficou. Imagino duas pilhas depois das muitas operações; uma com a Star Jones que vive; outra, igual com a que também já viveu. A caixa mudou; o conteúdo fica; envólucro é à escolha. Bem tinha razão Gibbs quando escreveu no Neuromancer que ser-se feio é uma questão de opção. O que ele não imaginava era que o cyber punk ia ser provado certo pela estrela do programa da manhã.

Lame (and Stupid) Duck

Os democratas e os republicanos candidatos à presidência andam por todos os States. Bush parece ter deixado de ser relevante na cena americana. Dois anos antes de deixar de ser presidente!

Ah, o poder muda a uma velocidade estonteante. E só um país tão extraordinário e de instituições tão sólidas como os US poderia ter este imbecil à sua frente e continuar a desenvolver-se sem problemas.

The Social Music Revolution

Uma música. Outra, e outra, a ânsia adolescente, o vício que não nos deixa ir dormir, estado zombie, cansado sem sono, bom senso esquecido. E as músicas saem em sucessão; outras pessoas que gostam de coisas que nós gostamos, também gostam de outras coisas de que nunca ouvimos falar, mas das quais também vamos gostar (num testamento pragmático, mas também cru de que somos feitos de caixinhas, com pouco livre arbítrio?).

Vários sites para explorar estas opções: last.fm, pandora.com, ilike.com; a web 2.0, no seu esplendor, com direito, claro, a encontrar algo mais que música ("as with all of the most effective social-media sites, couldn’t have been clearer: sharing your peerless taste in music would not only get you status; it might also get you laid.", Michael Hirschom, The Atlantic, aqui).

Bye Bye Stardust

Bum, bum, caiu, já não é, era velho; daqui a uns anos há outra coisa maior, mais moderna, melhor. O Stardust, casino histórico da strip de Las Vegas foi implodido, um espectáculo sempre fascinante. O pragmatismo americano; destruição, e construção. Vida. Mesmo em edifícios enormes, memoráveis, legendários…

Sem Equipas

Porto, Barcelona, Lyon de fora. Só equipas chatas, italianas, inglesas, holandesas por lá. Ah, é triste não ter por quem torcer; esta champion's league não vai ter nenhum interesse.

(Quaresma, és o maior)