O financiamento dos partidos é um dos pontos fulcrais de qualquer sistema democrático. Quem paga o quê, a quem, quem são os operadores políticos; que acesso têm os financiadores das campanhas aos governantes quando eles chegam ao poder; e que favores conseguem por terem adiantado o dinheiro.
Normalmente estas questões são altamente debatidas e discutidas. São temas muito quentes de campanhas. Por exemplo, John McCain, andou anos a tentar no Senado americano que uma lei de financiamento fosse aprovada.
Esta semana a Assembleia da República aprovou uma nova lei de financiamento. Aparentemente a lei vai no sentido errado, aumentado a possibilidade de contribuições privadas (quanto maior a contribuição, maior o favor que os políticos ficam a dever... a nova lei permite 1 milhão de euros de financiamento!). Uso a palavra aparentemente porque pouco ouvi falar deste tema. Numa comunicação social tão saturada de notícias de merda, este tema fundamental para a saúde do sistema português pouco foi falado.
Também estranhamente, os partidos da oposição pouco falaram da lei. Que foi aprovada por TODOS os partidos! Rabos de palha que se escondem uns aos outros?
António José Seguro votou contra a lei. E foi graças a este voto que se ouviu falar da lei. Honra seja feita ao homem, que teve uma coragem rara (no vergonhoso sistema parlamentar português, carreirista, seguidista, unanimista e estupidificante)