A-ca-dé-mica!

Dois portugueses, sentados em Belo Horizonte, Brasil, antenados num site espanhol, para ver numa televisão americana com comentadores argentinos a Académica a ganhar ao Sporting. Ainda por cima limpinho, sem espinhas, sem sofrimento. Podiam até ter sido mais. E depois ouvir a RUC online, e o canal Coimbra, onde camaras aparentemente sem nexo mostravam planos caóticos da farmácia Baptista, o Tropical. Tudo em planos contínuos, de longos, longooooooos minutos, a fazer inveja ao Manoel de Oliveira.

A finalizar um grito para milhares de pessoas ouvirem, na janela, do mesmo jeito que se comemora por aqui: "A-ca-dé-mica, A-ca-dé-mica". Para a gente habituada aos gritos de Galo e Cruzeiro, deve ter sido uma mudança muito agradável.

Prazer absoluto, 70 anos à espera de uma vitória deste calibre. Mais do que necessário, mais do que justo, e esperemos que não dure o mesmo tempo para repetir.

(post dedicado à Carla, que justamente achou que a ocasião EXIGIA esta comemoração)

Bonne Chance François Hollande. On en a Vraiment Besoin...

Ver a praça da Bastilha cheia de gente, com uma energia transbordante, e perceber que não era só a França, era toda a Europa, da Espanha, à Itália, à Irlanda, à Grécia, a Portugal que tanta gente deposita ali a esperança de um mundo melhor, foi muito comovente, emocionante.

Como foram outros grandes momentos, outras grandes vitórias, que encheram também várias praças, imbuídas do mesmo desejo. Lembro-me de Mitterrand (na tv, muito miúdo), de Obama, numa festa com muita pipoca, rodeado de grandes amigos, de Filipe Gonzalez, de Lula nos jornais e na Globo, de Vincent Fox ao vivo na praça del Angel, de Blair na BBC. E François Hollande agora, via internet e tf1. Grandes vitórias, com esperança num mundo melhor.

Expetativas muito difíceis de cumprir, e que muitas vezes descambam vertiginosamente.

Mas desta vez precisamos mesmo, mesmo, desta alternativa. A coisa está preta, as ideias são zero, a alternativa não existe, é só cedências a grandes interesses, a ideias obviamente erradas, e uma sensação total de desespero. O homem parece ter consciência da enormidade da sua tarefa. Espero que também tenha talento e ideias para fazer o barco andar para a frente.