Em Portugal Não Há Estado
O petróleo sobe e felizmente não vai descer mais (quanto mais depressa acabar melhor, para finalmente começarmos a pensar fora desse paradigma). As energias alternativas –detesto este termo…– são a menina dos olhos de governantes esclarecidos.
Em Portugal, uma lei progressista obriga a EDP a comprar a energia que qualquer um de nós produza em pequenas centrais fotovoltáicas. No Algarve, lugar da Europa com melhores condições para a energia solar, não se produz um único Watt: A Direcção de Energia não licencia as micro centrais e a EDP simplesmente faz a ligação à rede local. Andreas (alemão) à espera há mais de cinco (!) anos deste licenciamento: "Em Portugal não há Estado".
Em Portugal, uma lei progressista obriga a EDP a comprar a energia que qualquer um de nós produza em pequenas centrais fotovoltáicas. No Algarve, lugar da Europa com melhores condições para a energia solar, não se produz um único Watt: A Direcção de Energia não licencia as micro centrais e a EDP simplesmente faz a ligação à rede local. Andreas (alemão) à espera há mais de cinco (!) anos deste licenciamento: "Em Portugal não há Estado".
posted by tiago m at 10:32 PM
5 Comments:
ora, ora, daquilo que eu conheço da Direcção de Energia, quanto menos se fizer, melhor. a preocupação da malta é plantar postes de alta tensão onde muito bem entendem, e que se lixem as energias alternativas.
E o problema é global. Em relação ao GPL como combustível automóvel (do qual tenho a melhor das impressões, e ainda por cima está a 0.60€/l), a Camara de Coimbra é declaradamente contra - não temos um único posto de abastecimento de gpl (oficial) em Coimbra, porque a qualquer projecto para qualquer dos parques industriais, por ex, é exigido um balúrdio de licença, para além de chumbarem todos.
Pior do que não haver estado é o "estado a que isto chegou" no que toca a negócios subsidiados pelo estado. Portugal é pródigo em paladinos da economia de mercado e em apelos à iniciativa privada mas na realidade estão normalmente à espreita do subsídio, da concessão ou da parceria publico-privada. No caso concreto da energia fotovoltaica, penso que é um caso em que as condições de compra da electricidade por parte da REN (ou da EDP) são altamente interessantes para quem vende, sendo estas condições estabelecidas por lei e aplicáveis no caso de existir concessão. Tão interessantes que entretanto surgiram muitos interessados e basicamente o estado não vai fazer concessões enquanto não fizer uma revisão da lei ou enquanto não surgir um dos tais "empresários" com o projecto adequado... Só que como já existem muitos interessados, a mama não dá para todos e a coisa vai ser complicada. E a energia renovável vai esperando, infelizmente...
Bom, isto dava pano para mangas. Em España o Greenpeace fez uma bela campanha para obrigar o estado espanhol a legislar para as empresas comprarem a pequenos produtores de energia fotovoltaica. Já lá vão alguns dez anos. Mas depois o resultado também foi mais ou menos esse, as empresas faziam exigências disparatadas. Estas empresas querem ter a produção controlada, assim só ganham eles com o negócio. É o que acontece com a energia eólica. Mas a energia fotovoltaica, se instalada no telhado de um prédio, consoante o número de painéis, pois claro, é suficiente para os gastos do prédio e ainda dá para vender à rede. Mas como cá as associações andam a reboque da agenda de abusos cometidos por particulares, empresas e administração, ninguém faz nada para que Portugal fique mais independente. Mas havia tanto para dizer sobre a energia solar...
"A EDP é uma verdadeira força de bloqueio neste país. Se estamos
atrasados em muitas áreas, nesta, produção de energia solar (fotovoltaica e térmica) e eólica, o potencial desperdiçado é enorme.
As elites dirigentes falham em toda a linha. Os meios de comunicação raramente se debruçam sobre temas técnico-científicos de uma forma séria e pondo em
confronto vários modelos e paradigmas de desenvolvimento."
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