Viva o Euronews. Abaixo a SIC, a RTP, a TVI
10 minutos de crianças sobredotadas, meia hora de futebol (sem qualquer imagem de golos, discussão sobre jogos que vão acontecer daqui a dois dias), reabertura de eléctricos em Lisboa com entrevista à senhora velhota, com bengala, "agora é uma maravilha, já não tenho que gastar meia hora para chegar lá acima", vizinhos do criminoso, que asseguram que o homem é inocente, "mas ele parecia tão sossegado, nunca dava problema nenhum", directos em frente a tribunais vazios onde não se passa nada há mais de onze horas. É o estado das notícias em Portugal. Onde em outros países se gasta 1/2 hora de notícias, aqui arrasta-mo-nos por hora e meia. O jornalista introduz a notícia, que a peça repete, que o jornalista reitera no final. Palha, palha, palha. E o pior: gasta-se o tempo e fica-se com informação superficial, de fait-divers, centrada no nosso umbigo.
No outro extremo do espectro o Euronews. Refrescante, rápido, com conteúdo, sem comentários parvos. Muito mais curto, mas com uma visão incomparavelmente mais global do que se passa pelo mundo. Economia, artes, política, desporto (de facto desporto e não futebol!). A anos luz dos nossos pindéricos canais.
No outro extremo do espectro o Euronews. Refrescante, rápido, com conteúdo, sem comentários parvos. Muito mais curto, mas com uma visão incomparavelmente mais global do que se passa pelo mundo. Economia, artes, política, desporto (de facto desporto e não futebol!). A anos luz dos nossos pindéricos canais.
posted by tiago m at 1:39 AM
10 Comments:
Ah pois é!
E o pior é que nos nossos "maravilhosos" 4 (ou mais) canais, nem temos direito a notícias dignas desse nome, apenas à opinião do reporter não-sei-quantos sobre o assunto.
Plenamente de acordo, dar a noticia é assim mesmo, conciso, objectivo.
Para quando uma reciclagem aos N/ Directores de Informação?!...
E quem diz a verdade não merece castigo!!!
Bom, bom é não ter televisão!
Caro Zorze. Bom bom é não ter canais nacionais. TV sim, mas importada.
Eu gosto do que é nacional! Da televisão é que não, nem da internacional. E as importações são más para a nossa economia!
Para além dos noticiários que o Tiago tão bem descreveu, existem umas outras "noticias" que eu acho incríveis. São as Notícias do Trânsito e por duas razões.
1º são sempre iguais todas as manhãs. Sempre, sempre, sempre. É a entrada na Ponte 25 de Abril, o final da IC19, a segunda circular, a A5 e calçada de Carriche em Lisboa e no Porto na Via da Cintura Interna, na rotunda do Norte Shopping, na saída Bessa Leite, etc. E como são sempre os mesmos locais, até acredito que às vezes já têm isto pré formatado e nem verificam nessa manhã, uma vez que a taxa de erro é mínimo.
2º porque é incrível como os nossos políticos não percebem que este é um problema que é real e poderiam marcar o seu mandato resolvendo problemas que afectam muitos eleitores. Basta ver como hoje se nada muito melhor na segunda circular em Lisboa, no sentido Benfica Aeroporto, com o fim do eixo Norte-Sul. Há quem ganhe quase um hora por dia no trânsito com a conclusão desta obra. Pelo que muitas outras obras (todas pequenas com as inúmeras Auto Estradas que existem por esse pais fora), são importantes para facilitar a vida de todos, aliviando o stress e aumentando o tempo para outras actividades, quer sejam de lazer quer de enriquecimento intelectual, ou simplesmente para passar mais tempo junto daqueles de quem gostamos. Mas os políticos não entendem que estas coisas são importantes…
Nem todos os noticiários nacionais são de evitar...
Temos o Jornal 2 na RTP 2 onde temos, de fact, 40 minutos de notícias nacionais e internacionais. É pena que os outros canais não sigam o exemplo.
É preciso que todos comecem a ser mais sérios. Os jornalistas claro, mas também os entrevistados!
E uma pequena lição foi dada por uma senhora Governadora Civil de Castelo Branco, que ao ser entrevistada na noite do fatídico acidente de segunda feira passada em directo e depois de já ter respondido a uma série de perguntas mais sérias, confrontada com a pergunta de um jornalista interessadíssimo em informar os telespectadores: “De onde vinham os idosos?”, sobe responder com clareza: “Parece-me que essa pergunta não é relevante!” e passou de seguida para uma outra pergunta bem mais séria.
Já não me recordo do nome da senhora, mas deu uma pequena lição ao país!
Caro Tiago,
Sou jornalista da EuroNews e confesso que fiquei orgulhoso com o teu comentário, além de assinar por baixo (já trabalhei em televisões em Portugal e não quero por em causa a competência e o profissionalismo das pessoas que lá trabalham, mas é verdade que a linha editorial... enfim!).
Um abraço e obrigado pela força,~
Ricardo Figueira
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