Friday, August 11, 2006

Filhos da Puta

Podia ter sido eu um daqueles milhares de pessoas paradas durante quatro horas à espera do avião. Pior ainda, podia ter sido eu (ou qualquer um de vocês…) a morrer numa explosão em pleno ar, encurralado entre dois bancos e duas criancinhas.

Ganham os intolerantes dos dois lados; os Bushs e demais acólitos mal podiam esconder a sua alegria, a guerra no Iraque e demais restrições às liberdades individuais nos US justificadas: "The plot is a stark reminder the United States is at war with Islamic fascists".

8 Comments:

Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Em Fevereiro foi abordada e bastante discutida a questão dos cartoons dinamarqueses! Na altura sucederam-se na Europa e no Médio Oriente manifestações contra esses cartoons. No Líbano e na Síria foram destruídas embaixadas…

Qual é agora a opinião desses manifestantes acerca destes possíveis atentados?

10:07 AM  
Blogger tiago m said...

É o chamado, o que é que o cu tem a ver com as calças? Eu não gostei das caricaturas, acho que foi um acto gratuto sem qualquer interesse e que devia ter sido condenado por toda a gente (e não foi…). O mundo não é a preto e branco como os Bushs gostariam e querem fazer que seja. Pode-se condenar as caricaturas e condenar os atentados, qual é a contradição?

3:41 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Oh Tiago mas tu vês algum muçulmano, desses que atacou as embaixadas, a condenar algum atentado? Mete na tu cabeça, se quiseres, no dia em tu morreres, ou eu, num atentado, os gajos vão festejar.

5:31 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

E lá voltou o Word Verification...

5:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Esta história dos ataques terroristas não passa de uma fraude inventada pelos serviços secretos para desviar atenção dos ataques israelitas ao Líbano.
Esses sim configuram autênticos crimes de guerra, desrespeitam os mais elementares direitos humanos e convenções internacionais e evidenciam a natureza terrorista da política do actual governo israelita.
Obrigado

11:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

"we are at war with a Islamic-Fascists" said Mr. Bush
uma incursão ao seu umbigo.

http://www.truthout.org/docs_2006/081106Z.shtml

10:24 PM  
Blogger João Paulo Pedrosa said...

Eu sou contra os atentados, todos os atentados, mas é bem verdade que se um atenta contra outro, é dificil este outro não cair na tentação de atentar de volta.
No meio destes atentados, muitos inocentes tendem a morrer, seria bem melhor fechar estes lunáticos presidentes de estados, de governos e de outras organizações terroristas em arenas, e depois que se matassem uns aos outros. Não sei se a resistência pacífica, tipo Ghandi, teria alguma hipótese na nossa sociedade individualista e de um imperialismo económico deveras destruidor. Eu quero acreditar que sim, que é esse o caminho, mas não vai começar em Portugal de certeza!!!

11:19 AM  
Anonymous Anonymous said...

Esta matéria é demasiadamente complexa para ser apreciada e discutida "pela rama", no entanto, parece-me que, como é já costumeiro, as pessoas perdem a perspectiva global sempre que falam deste assunto.

Como ponto prévio, devo dizer que, a criação do Estado de Israel foi um erro tremendo, uma vez que, com a chancela da ONU foi criado o primeiro estado fundamentalista religioso da era moderna (embora no papel não o seja, materialmente traduz-se num estado que serve um "povo" cujo único denominador comum é uma religião altamente intolerante).

Ora, esse erro é irreversível e há que viver com ele.

Fruto do mesmo, criou-se um enorme problema: o(s) povo(s) árabe(s) autoctone(s) ficou(aram) privado(s) do seu espaço geográfico e, coadjuvado(s) pelos seus vizinhos, conjuntamente decidiram partir para uma solução militar, a qual redundou num enorme fracasso.

Com a vitória militar, o Estado de Israel expandiu. legitimamente, os seus domínios, inferiorizando ainda mais os seus agressores.

A reacção encontrada pelos "oprimidos" foi o terrorismo, a forma de luta mais bárbara e cruel, a qual se funda no TOTAL DESRESPEITO pela vida humana, materialize-se ela num militar, num homem, numa mulher, numa criança ou num idoso.

Esse desrespeito tem como pedra basilar o fundamentalismo islâmico: a vida de quem não é muçulmano radical não tem qualquer valor.

Relembre-se - e aqui dirijo-me principalmente para a "malta de esquerda" - que o fundamentalismo islâmico caracteriza-se ainda pelo profundo desrespeito pela mulher (ainda que a mesma seja uma muçulmana radical).

Assim, temos perante nós duas religiões fundamentalistas e dois "povos" intolerantes que "governam a nossa actualidade".

Uns fazendo uso da sua implantação no mundo ocidental, conseguiram de forma colectiva - ainda que difusa - a instauração do seu Estado após a II Guerra Mundial e, hoje em dia, asseguram a sua sobrevivência.

Outros, profundamente opostos ao mundo ocidental, são explorados por "iluminados" que, fazendo uso da ignorância e do desejo primário de domínio machista das massas, lançam o caos para reinar.

O que é que nos resta face a este panorâma?

Perceber que, ambos os lados estão errados, mas que com um deles temos alguns denominadores comuns que permitem a convivência.

Que um dos lados é brutalmente intolerante e que essa intolerância visa abalar todos os príncipios basicos da nossa sociedade, as "conquistas das luzes": o respeito pelos direitos do homem, a tolerância, a liberdade, ...

Quanto ao princípio da afinidade acima mencionado, o mesmo também é válido face à actuação dos EUA.

Muito do que é feito é errado, ou pelos motivos errados, e deve ser criticado.

Contudo, não devemos perder de vista que o EUA pertencem ao "nosso lado".

Nos EUA há liberdade de expressão, de economia de mercado, igualdade de oportunidades para todos (ou quase...).

Os EUA são "o macho dominante da nossa matilha". Os seus exageros fazem parte do seu papel. Mantêm o respeito e permitem a existência da sociedade onde nós vivemos.

Aos anti-americanistas convictos sou forçado a dizer: não tenham ilusões, sem os EUA muitos mais teriam morrido nos compos de concentração e nos gulags e, de futuro, estariamos à mercê do próximo louco (seja ele islâmico, chinês ou outro).

Há que não confundir Bush com os EUA. Por cada Bush que emerge há sempre um Clinton para contrabalançar.

Por outro lado, por cada ayatollah que morre há outro ayatollah igual.

Àcerca dos cartoons muito se falou. Não está em causa o "bom ou mau gosto", mas sim a liberdade de expressão, a liberdade para ter "mau gosto".

Quando nós começamos a "aceitar" reacções negativas contra supostos exageros da liberdade de expressão, porque o fazemos?

Por medo. Não porque respeitemos a religião alheia, mas sim porque não queremos bombas, nem atentados à nossa porta.

E isso é a mais triste expressão da decadência dos nossos valores.

10:57 PM  

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