Wednesday, August 20, 2008

Hipocrisia dos Atletas de Sofá

Um/a gajo/a faz minímos para os Jogos; o que significa que está seguramente entre os melhores do mundo. Prepara-se no máximo, dá o máximo (sim, alguém acredita que algum atleta não foi lá dar o máximo!!!!); fica no lugar que mais ou menos devia ficar (porque os outros melhores do mundo, estranhamente, também estão lá). E depois tem que aturar gente que nunca fez desporto, que nunca ouviu falar senão dos jogadores da bola, a reclamar do dinheiro (1250 euros mensais, uma enormidade) que o estado português gasta com ele/a.

Vergonhas reais:
- recambiar o gajo do peso para Lisboa, impedindo-o de continuar nos Jogos
- a comunicação social classificar o quarto lugar (quarto lugar!!!!) de alguém como uma desilusão
- as declarações da Vanessa Fernandes a criticar os colegas (vergonhoso mau ganhar; deixou de ter a minha simpatia)
- as declarações do Presidente do Comité Olímpico a pedir brio e profissionalismo
- as declarações do Secretário de Estado a dizer que os atletas devem competir a sério
- o tom jocoso dos jornalistas (sim, porque os jornalistas portugueses estão entre os melhores do mundo na sua profissão) sobre os resultados portugueses

A proposta óbvia é levar só gente que tenha muito boas possibilidades à partida de estar entre os oito primeiros. A delegação olímpica portuguesa passaria a ser constituída em Beijing de quatro atletas (a arrogante Vanessa, a Naide, o Évora, a Telma Monteiro). Esperando que as outras delegações façam o mesmo, até se consegue fazer os jogos numa semana; retira-se todas aquelas chatices das eliminatórias, fases dos grupos dos desportos colectivos, meias finais, etc. Ou então, melhor ainda, vai-se pelos tempos já registados durante o ano; aí sim, é que era eficiente. E poupava-se imenso dinheiro, "do contribuinte", pelo menos em viagens.

17 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Concordo!
Este país não merece o que tem ...
Queria ver o que diriam se pusessem a comunidade "cientifica" e a comunidade "cultural" nuns jogos olimpicos do "sector".
Levavam(-nos?) a pele e empalavam(-nos?) no final.
Vai uma aposta?
A malta só gosta de vencedores ...
Who can blame them/us?
(Só é pena que no dia a dia não tenham o mesmo grau de exigência consigo próprios e passem a vida a fazer cera ... mas isso é outra história!)
Abraço,
Laranjada Ovarense

2:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

hao-de concordar que:

Dizer que desistiu porque as "africanas são muito fortes", e

Desistir dos 200m porque os 100m correram mal

Não são propriamente bons exemplos de atitude desportiva.

A história do "estou bem é na caminha" é tão hilariante que chega a ser desculpável.

Há que dar o reconhecimento ao Gustavo Lima que, tendo ficado em quarto, melhorou a perfromance relativa a Sidney (6º) e a Atenas (5º).
À Vanessa também.
À Naide Gomes será um pouco mais dificil desculpar que faça 2 saltos nulos e borregue o 3º numa qualificação.
Ao passo que a maior parte do resto da comitiva não tinha grandes aspirações desportivas, ela e a Telma Monteiro fazem parte do tal lote que, mesmo que só mandássemos os medalháveis, iriam à mesma. Elas já são a elite, e por isso têm menos perdão.
Então a desculpa da arbitragem, no caso da Telma, não tem mesmo cabimento.

Quanto aos outros, muitos na natação bateram records pessoais e nacionais. Se não o fizeram, numa piscina que provou ser rapidíssima talvez não tenham estado na melhor forma.

Outra coisa é não encarar o apuramento para os JO como um objectivo e a presença como um prémio.
O objectivo dever ser fazer boa figura e dar o máximo nos JO e não até lá chegar.

Ainda assim, este Jogos tiveram imensas surpresas, como Usain Bolt e a desqualificação dos EUA nas estafetas 4x100m masc. e fem. por falhas na passagem dos testemunhos. Imaginem lá o falatório nas terras do Tio Sam.

Abraço
LBastos

4:03 PM  
Blogger tiago m said...

Carissimo LBastos!!!

Eu nao diria que os teus exemplos sao de conduta antidesportiva. Podem ser pouco interessantes, mas sao coisas muito menores. As proporcoes que isto tomou só se explicariam se estes atletas tivessem desparecido, não tivessem treinado, não tivessem corrido, não tivessem dado explicações, tivessem feito greve, tivessem sido apanhados no doping.

Eu ouvi a campeã e recordista olimpica dizer que tinha sido um milagre ganhar, que nao sabe como consguiu, que se não fosse a polaca nunca teria conseguido, etc. Se não soubesses que ela tinha ganho, parecia que não tinha tentado competir!!!!

O facto para mim é que as declarações (mais ou menos boas) são relativamente inocuas; e no entanto podes ouvir colocar em causa que os atletas mereçam ir aos jogos (como se tivessem sido sorteados para ir lá, sem valor para isso)

Para mim foi uma verdadeira vergonha a atitude da maior parte da população e media portugueses; incluindo secretário de estado e políticos. Gente que simplesmente não sabe o que é competição e o que significa o respeito também pelos outros competidores!

(grandes jogos de polo; estou curioso a ver se ganham os brutos contra os outros!)

grande abraço para ti,

Tiago

12:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

É um facto que, se eles se apuraram, foi com todo o mérito.

Mas, para alguns, parece que o trabalho parou com o apuramento. A seguir vem o disfrutar (no sentido prazenteiro do termo) do momento. Como se a ida aos Jogos fosse O prémio pelo esforço desenvolvido.
É-o, em certa medida, mas o trabalho tem que ter continuidade durante os Jogos; não necessariamente traduzido em medalhas, mas em procura de melhoria de resultados e acumular de experiência desportiva.

Acima de tudo foram muito levianos nas afirmações e eventualmente mal interpretados, sobretudo aqueles com menor experiência competitiva.
Mas repito que, no caso dos mais experientes, as desculpas têm que ser muito bem fundamentadas.

Quanto ao polo aquático, HUN-USA na final, directo dia 24 às 8h30 (GMT) na RPT-N!

Abraço
LBastos

3:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Concordo que deviam acabar com esta coisa de todos irem aos os Jogos Olimpicos. Só deviam ir os que podediram lutar por medalhas. Imagina só que se poupava em atletas, treinadores e familiares...
No futebol que tanto se critica, nãse vê esta pouca vergonha! Vejam os resultados!

12:28 PM  
Anonymous Anonymous said...

Concordo que deviam acabar com esta coisa de todos irem aos os Jogos Olimpicos. Só deviam ir os que podediram lutar por medalhas. Imagina só que se poupava em atletas, treinadores e familiares...
No futebol que tanto se critica, nãse vê esta pouca vergonha! Vejam os resultados!

12:28 PM  
Anonymous Anonymous said...

O problema do Vicente Moura é que ele nem de manhã já consegue.

1:41 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Para fazer uma análise um pouco mais profunda sobre o assunto de este post convém perceber quais são os objectivos do movimento olímpico, os quais se encontram bem resumidos nos estatutos do Comité Olímpico de Portugal: “Promover o gosto pela prática desportiva como meio de formação do carácter, de defesa da saúde, do ambiente e de coesão e integração social”, Art. 6 alinea b).
Deste modo o objectivo COP tem de passar mais, por levar um grande número de desportistas, do que propriamente ganhar muitas medalhas.
E como se leva esse número elevado de desportistas? Precisamente apoiando-os durante 4 anos para que possam alcançar os mínimos olímpicos. E assim alcançar o principal resultado de cada representação: levar o máximo de atletas a entrar o estádio na cerimónia de inauguração

Para muitos dos desportistas que vão aos jogos, esse é o seu máximo resultado: ir lá! Pode-se até nem nunca ser campeão nos diversos campeonatos locais regionais ou continentais que se vão fazendo entre cada olimpíada, mas ir aos jogos é um facto único na vida de muitos dos desportistas. Claro que depois muitos aproveitam para num ambiente único para tentar melhorar os seus resultados individuais (coisa que é mais fácil numa modalidades, por exemplo natação, que noutras). Mas também é natural que outros perante a grandiosidade de jogos se sintam desconfortavelmente pressionados ou até mesmo esmagados.

Compete assim ao COP e ás respectivas federações prepararem as condições e os desportistas para que estes se sintam os mais motivados numa competição como os Jogos Olímpicos. Se um representante dos jogos vai competir num ambiente hostil para o seu corpo, pela temperatura, pela humidade, etc., tem de ser devidamente analisada a sua participação, ou se vai competir num horário anormal, também isso deve ser devidamente equacionado. E estas responsabilidades cabem a todos: dirigentes, COP e Federações, Treinadores e Managers,

Algo que nas ultimas olimpíadas tem mudado substancialmente, assim como em todas actividades, é a exposição aos medias. Os desportistas são entrevistados em estado de exaustão após as suas performances, muitas vezes a viveram ainda as reacções e emoções do seu esforço, e logo de seguida comentados pelas afirmações. Lembro-me de uma atleta (penso que a Manuela Machado) a vomitar a meio de uma entrevista logo após de uma prova de esforço violento e também é conhecido que o Nelson Évora se deitou às 4 da manhã, uma vez que tinha de dar entrevista em directo para os canais nacionais!
Assim é natural que algumas afirmações, frases ou palavras recolhidas não sejam educadas ou correctas. Mas também falta saber se as entrevistas não são manipuladas de forma a causarem ainda mais impacto, omitindo as mais partes mais substanciais e dando visibilidade a frases como “de manhã só é bom é na caminha”.

Censurar uma frase dita por um desportista com a expulsão da comitiva, abre um precedente grave, uma vez que a partir de agora tudo pode servir para o mesmo efeito, uma vez que todas as afirmações dos desportistas são efectuadas num ambiente estranho. Será que é correcto substituir a palavra foda-se por fogo e repetir esta até à exaustão? Ou será que só é válido se esse desportista ganhar uma medalha? Será que quem foi eliminado de uma final tem de obrigatoriamente chorar?

Caberá aos dirigentes e aos políticos alguma serenidade, não só nos largos momentos de relax que passam durante os jogos, mas também nos momentos mais tensos! Afirmar que não apresenta a sua recandidatura pelos fracos resultados deve ser algo conhecido à prior, e não em plenos jogos. E voltar atrás, porque afinal se ganhou uma medalha, é ainda pior. E aproveitar estas afirmações para lançar uma candidatura concorrente de alguém “da sua cor”, é também condenável. Bem esteve a Rosa Mota mostrando serenidade e experiência.

Apesar de todas estas questões, Portugal conseguiu alcançar duas medalhas, uma de ouro e uma de prata, mas ao contrário do que pode parecer esta participação de Portugal foi das melhores que já tivemos se não mesmo a melhor, uma vez que não podem interessar somente as medalhas. Aliás este é uma das situações mais caricatas do jogos e que os jornais insistem em levar a cabo. Um país que consiga uma série de excelente resultados, mesmo alguma medalhas, mas não de ouro, fica sempre atrás de um país que tenha resultados menos bons, mas que consiga ganhar uma medalha de ouro!
Será que era isso que pretendia Pierre de Coubertin?

10:37 PM  
Anonymous Anonymous said...

MM -> tambem concordo, muito texto, algumas afirmações menos conseguidas mas... os atletas tb não tem propriamente um curso de comunicação. Quando aos jornalistas, mais uma vez provaram que não tem (esses sim)grandes noticias nesta "Silly season" então tem de criar uma polemica. Quanto ao comandante fica uma questão então não se ia embora, parece a Naide Gomes a hesitar. Mais uma vez O PROBLEMA vem de cima

10:56 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pois só deviam ir aos jogos os atletas que ganhassem medalhas. Para que serve os outros todos, se não para gastar o nosso dinheiro?
E afinal de contas os grandes resultados que temos conseguido tem sido no futebol!

12:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pois só deviam ir aos jogos os atletas que ganhassem medalhas. Para que serve os outros todos, se não para gastar o nosso dinheiro?
E afinal de contas os grandes resultados que temos conseguido tem sido no futebol!

12:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

Então o Sr. Coelho plagia na integra um artigo.

Cita-o integralmente, e depois assina-o.

Grande vergonha!!!

12:35 AM  
Anonymous Anonymous said...

Nem o nome do autor, o nome do jornal, nem o dia em que foi publicado o mesmo... uma vergonha!!!

12:40 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Perdão?

1:38 PM  
Anonymous Anonymous said...

É uma vergonha sim senhor!
Copiou na integra o artigo de opinião da Clara Pinto Correia para o New York Times, de sexta feira passada.

1:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

O que eu pretendia ilustrar com os dois exmplos que dei, é que desistir antecipadamente porque os outros são mais fortes é o mesmo que não saber perder ou, visto por outro lado, só querer competir se fôr com garantia de victória. Qualquer uma das perspectivas não é desportivamente correcta.

Há que partir para uma competição com vontade de fazer o seu (nosso) melhor e saber reconhecer, caso não ganhemos e que se verfifique ser verdade, a superioridade dos nossos concorrentes, com naturalidade e [i]fair-play[/i]

O que eu digo aos meus filhos sobre a competição é isso mesmo: primeiro, fazer o nosso melhor. se não dá para ficar em primeiro, é porque os outros fizeram melhor e estão de parabéns por isso. Se preferíamos ter ganho, então é treinar mais para ficar melhor e esperar que da próxima vez corra melhor.
Se ganhámos, fizemos um bom trabalho. Há que continuar e divertir-nos.

2:45 PM  
Anonymous Anonymous said...

Desculpa mas eu é que dei os dois exemplos. O que é isso de me estar a plagiar?
Ele há cada anónimo...

8:32 PM  

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