A Lata de Proteger o Seu Próprio Couro
Durante anos não se formou o número suficiente de médicos. Argumentos na altura (de que eu me lembro perfeitamente): "não se pode criar médicos para o desemprego" (proposição aliás completamente ridícula em si própria – um médico não pode estar desempregado?) Resultado: falhas imensas no país, mas MUITO emprego (e MUITO dinheiro) garantido para os já médicos (os mesmos que conseguiram durante anos estagnar o crescimento das vagas).
O Algarve conseguiu, depois de uma luta bastante significativa, nomeadamente com o ministério do Ensino Superior ter um curso de Medicina. Uma vitória para a Universidade, para o Reitor, para o Coordenador do Curso, para a região, e para toda a gente que acredita que o desenvolvimento de um país se faz com gente preparada em todo o país e não só em dois ou três polos (com Lisboa concentrando quase tudo).
Reacção do bastonário da ordem dos médicos: "alertou para o risco de se poderem estar a formar médicos a mais"; e defendeu "uma gestão do número de vagas a nível nacional para que não se estejam a formar pessoas para o desemprego."
O Algarve conseguiu, depois de uma luta bastante significativa, nomeadamente com o ministério do Ensino Superior ter um curso de Medicina. Uma vitória para a Universidade, para o Reitor, para o Coordenador do Curso, para a região, e para toda a gente que acredita que o desenvolvimento de um país se faz com gente preparada em todo o país e não só em dois ou três polos (com Lisboa concentrando quase tudo).
Reacção do bastonário da ordem dos médicos: "alertou para o risco de se poderem estar a formar médicos a mais"; e defendeu "uma gestão do número de vagas a nível nacional para que não se estejam a formar pessoas para o desemprego."
posted by tiago m at 1:02 PM
12 Comments:
No tempo do Prof. Oliveira dizia-se que Portugal não era um país pequeno. E não é.
É MUITO pequeno. E vai continuar a ser, porque as pessaos que mandam e têm responsabilidade pensam e são pequenas, como este senhor bastonário.
Nesta notícia ainda se lê que Pedro Nunes frisou que o número de vagas abertas este ano (1500), e nos anos anteriores, é suficiente para que dentro de sete a dez anos o problema da falta de médicos em Portugal fique resolvido.
Fico bastante mais confortado.
Ah, e mais ainda. O Sócrates visita a Universidade hoje. Ontem pintavam-se paredes e limpavam-se ruas. Hoje pintavam-se os riscos nas estradas e cortavam-se ervas daninhas. É que vem o Senhor Primeiro-Ministro...
Valha-nos o novo curso.
Até que enfim que o Eng. Sócrates foi ao Algarve para o obrigar essas gentes do Sul a trabalhar uma vez na vida.
Ao fim de 3 anos e meio de Primeiro Ministro da naçao fez alguma coisa de jeito.
Em Portugal é tudo uma porcaria!
Esta agora. Mas o que é que vos deu para andarem a perseguir os médicos. Não somos nós que vos tratamos das doenças? Pois então têm de nos dar o que nos é devido!
Querem médicos sem a formação devida, para que depois toda a classe pague por um punhado de menos capazes?
Caro Luís,
ninguém no post disse mal dos médicos ou qual o pagamento que se deve aos médicos
o que se diz é que é preciso médicos (que podem até ir parar ao desemprego se esse for o estado do mercado), e que durante anos a ordem dos médicos impediu a formação desses médicos; com argumentos falaciosos, que pelos vistos os representates da classe continuam a empregar ainda hoje, quando é claro a asneira que se fez
os médicos devem ser pagos de acordo com o grau de conhecimentos e capacidades que têm; completamente de acordo que se vos deve der o que é devido
Tiago
Deves te julgar muito inteligente, e se calhar até és, mas pensas que os outros são incapazes, e isso é um problema que podes resolver, se quiseres tenho alguns colegas que te podem ajudar...
Lês-te no meu post alguma referência a pagamento?! Pois, não. E porque falas tu em pagamento? De certo para levar a conversa para o campo que te interessa que é perseguir os médicos (eu também não referi que tinhas dito mal dos médicos).
Mas tentando por a conversa no lado serio da coisa, por acaso achas que a Universidade do Algarve tem capacidade de formar médicos (sim sei que aquilo que têm de fazer é formar licenciados em medicina, uma vez que os médicos se formam no internato e na especialidade)? Pois meu caro nem daqui a muitos anos!
E quando responderes responde com conhecimento de causa sobre as reais capacidades da U. Algarve!
Caro Luís,
"Pois então têm de nos dar o que nos é devido"; de facto não falas em dinheiro. Mas pelo menos tens de perceber k pode sem qualquer dúvida ser lido assim.
O meu interesse em perseguir médicos é zero; o meu interesse em chamar a atenção para um sistema corporativo que durante anos impediu a formação de mais médicos já existe. Pensava que hoje, depois das asneiras feitas (referidas no post) este discurso não continuaria. Pelos vistos continua nalguns sectores ainda.
A Universidade do Algarve tem capacidade para formar médicos; tem um sistema instalado, boas estruturas, uma boa comissão instaladora, trabalho científico bastante aceitável nas áreas da ciência da saúde, um reitor empenhado para que funcione, etc. Não vai ser Harvard Medical School, ou a UCSF, mas como dessas não há nenhuma em Portugal, não vai envergonhar ninguém.
Aconselho-te que tenhas mais cuidado na maneira como te diriges aos outros; senão ainda há quem pense que não passas de um arrogante médico, com poucos conhecimentos sobre a realidade e pouca capacidade para ler e processar o que os outros escrevem. E estou seguro que não és nada disso.
Tiago, talvez tenhas razão, no cuidado que tenho que ter no que escrevo, uma vez que há pessoas, como tu que interpretam as coisas para o pior dos lados, por deficiência ou por maldade fica a dúvida...
Pois não falava de dinheiro,, mas uma vez que nem perguntas-te também fica aqui a dúvida.
E não penses que vou deixar de monitorizar os teus artigos, com as tuas ameaças. Bem pelo contrário.
Passa bem.
Caro Luís,
o cuidado é bom; ele há gente muito maldosa por aí.
"E não penses que vou deixar de monitorizar os teus artigos, com as tuas ameaças. Bem pelo contrário."
ui, que bom; acabei de ganhar um leitor assíduo; este humilde blogue agradece essa imensa honra
O mais engraçado (ou triste) da situação da escassez de médicos em Portugal (ou melhor da escassez de escolas de medicina, uma vez que o problema começa aí) é que na Républica Checa (não conheço tão a situação em Espanha) existem em Praga, mas essencialmente em Plzen, cerca de 350 estudantes portugueses em cursos de medicina (a informação do numero é uma estimativa por baixo do senhor cônsul).
Em conversa com um português que viveu em Plzen, a comunidade portuguesa é tão evidente, que são já reconhecidas na universidade as actividades de recepção aos novos caloiros (entenda-se praxe...) e existem discotecas que têm sessões especiasi para os portugueses, i.e., abrem durante a semana e horário tardio (das 11 às 4 da manha)!
E perante esta situação, o senhor bastonário pretende o quê?
Bom por outro lado pode até parecer positivo que os nossos futuros médicos adquiram conhecimento do exterior. Mas o que também o que me parece totalmente incorrecto, é que, segundo me informaram também, os primeiros licenciados portugueses em medicina que regressaram a Portugal, forma brindados com nota 10 no final do seu estagio como argumento de que os avaliadores não reconheceram o mérito da instituição médica.
Se for verdade não deveria haver aqui também uma investigação policial?
Por um lado, a ordem dos médicos faz uma coisa boa, que é proteger os membros da classe, garantindo-lhes boas condições de emprego. Se eu fosse médica, estaria satisfeita com a Ordem. Gostaria muito que a Ordem dos Advogados tivesse sido sempre assim também, em vez de deixar proliferar faculdades privadas de direito e as vagas do público como cogumelos, e deixar trazer os centros de emprego cheios de juristas desempregados, e licenciados e advogados a trabalhar abaixo das condições minimas.
Por outro lado, esta protecção dos médicos tournou-se exacerbada, levando à falta destes profissionais - tivemos que importar médicos, e isso é uma vergonha para qualquer país. Concordo que o ensino público disponha de faculdades de medicina espalhadas pelo país, desde que tenham boas condições para formarem bons profissionais. a iniciativa do Algarve é de louvar, para ver se o Algarve deixa de ser só ALLGARVE, e passa a ser uma região também do Conhecimento. Agora, Faculdades de Medicina privadas não, por favor. já basta a desgraça do Direito.
Saudações.
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