Obras que Duram

Uma praça com milihares de pessoas para ver Romeu e Julieta. Um cinema completamente lotado para ver o Citizen Kane. Embora fossem ambas de borla, é impressionante ver obras de arte com tantos anos (417 e 71 anos) conseguem agarrar assim geração após geração.

Quais as regras? O que nos prende tanto.

Talvez alguma imunidade do ridículo: os personagens e as histórias são enormes, sem terem que defender esse estatuto; o amor é absoluto, há duelos que acabam em morte, as crianças pobres tornam-se as mais ricas do mundo e são educadas por banqueiros, sendo abandonadas pelos pais. Não há tanta subtileza assim, nesta pós-modernidade em que é tudo ambivalente; as cores e os sentimentos são carregados. Todo um drama. E resulta.