Tuesday, March 27, 2007

$15 ou $150?

Num mundo em que miúdos pobres obrigam as mães a gastar $150 por um par de sapatilhas, Stephon Marbury, estrela da NBA publicita um par de sapatilhas por $15. E passou a ser uma estrela do movimento anti-consumista; em que pagar mais pelo mesmo produto não é cool; é estúpido.

Comentário muito interessante sobre os custos do marketing no próprio preço aqui. Comentário mais global sobre o mundo dos ''sneakers'', aqui.

10 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Eu, Etiqueta

Em minha calça está grudado um nome, que não é meu de batismo ou de cartório,
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto que nunca experimentei,
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada,
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens, letras falantes, gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências, costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro
Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.
Não sou – vê-lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares, festas, praias, piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa. sou gravado de forma universal,
Seio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa. Eu sou a coisa, coisamente.

Carlos Drumond de Andrade

2:44 PM  
Anonymous Anonymous said...

Lá estás tu e a problemática do que é cool ou do que não é..., primeiro era o gosto pelo futebol, depois foi os caracois do Maradona e agora são as sapatilhas dos putos americanos..., francamente, enveredas-te por uma cruzada contra os gostos individuais e intransmissiveis de cada um, já não há pachorra...

3:52 PM  
Blogger Unknown said...

Marketing = investimento. Custos são para os contabilistas... que não vêem para além do POC...

4:28 PM  
Anonymous Anonymous said...

marketing, em muitos casos = vigarice
ao associarem a imagem de um produto a algo ou alguém supostamente cool ou que a população a que o produto de destina quer imitar
como se ao comprar o produto também fossemos, por isso, cool ou invejáveis
é um golpe baixo, convenhamos
acho fantástico alguém importante se associar a uma campanha publicitária que priviligia a honestidade (qualidade do produto) e a justiça do preço (acessível a todos)
way to go, Shephan Marbury!

11:10 AM  
Anonymous Anonymous said...

Que inveja que eu tenho de ti..., estás no México, à grande e à mexicana.

Passados 21 anos do grande Mundial de Futebol, que consagrou Maradona como o maior símbolo argentino de todos os tempos, e um dos melhores jogadores de futebol de sempre, se não mesmo o MAIOR, gostaria de saber por onde andam as famosas e de boa memória meninas de Saltillo.

Será que ainda continuam
profissionais do sexo?
Será que já estão reformadas depois de tão intensa como nobre actividade?
Será que actualmente são "Madames", que possuem casas por sua conta, onde novas meninas por si escolhidas e apadrinhadas exercem esta nobre profissão?
Será que deixaram a sua profissão e actualmente trabalham noutro sector de actividade, público ou privado?
Será que imigraram para os EUA, e hoje em dia são empregads domésticas, cuidam de idosos ou de crianças ou trabalham atrás de um balcão do Mcdonals?
Será que já morreram?

Tiago, se tiveres tempo tenta investigar este assunto e se estiveres com elas dá um beijinho meu...

5:20 PM  
Anonymous Anonymous said...

Dá-lhe tambem um beijo meu nessas mamocas k por esta altura já chegar aos joelhos.

7:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

k exagero!!! Mas tem cuidado com os beijos mais fogosos. Elas não devem ter dinero para uma dentadura nova!

8:30 PM  
Blogger Unknown said...

O Marketing não é o mesmo que a Publicidade. Assim como custos não são o mesmo que despesas. Mas se toda a gente soubesse certas diferenças o mundo não tinha piada, e os espertos não lucrariam com os "menos espertos"... ;)
Bom fds!

11:13 PM  
Anonymous Anonymous said...

fugitiva também "actuaste" em Saltillo? e depois da bronca toda tiveste que fugir para Faro?
Será que assim foi?

2:24 AM  
Blogger Unknown said...

Escrevo de São Paulo, Brasil.
Adorei a poesia de Drumond...

Obrigada!
Adri

12:43 AM  

Post a Comment

<< Home