O Prestígio e o Provincianismo

Lembro-me de professores em Coimbra serem muito bons e muito sabedores. Depois cresci, e com a maravilhosa internet e as suas bases de dados, de repente, as únicas publicações nos últimos 20 anos dos ditos professores tinham sido na revista "O Médico".

Cresci com a ideia que a polícia judiciária era muito boa; uma das melhores polícias do mundo. O caso McCann e as constantes provas irrefutáveis, no entanto completamente circunstanciais, que os jornais em Portugal publicavam da culpa dos pais deixaram-me baralhado. Seguramente para a PJ constituir os pais da criança como arguidos, teria alguma bomba guardada; mais que cães a farejarem corpos mortos (em uma hora um corpo deixa cheiro? perguntava-me o biólogo dentro de mim; incrédulo!!!). Talvez uma confissão de algum amigo/a da família? Algum vídeo bombástico?

Esta semana o Director da Judiciária diz que talvez tenha errado ao constituir o casal como arguido. O ministério público mesmo depois disto não retira o estatuto de arguido; a seu tempo. Ou seja, a polícia em Portugal indiciou pais da morte de uma filha e de um fraude a nível mundial, sem estar segura. Monstruoso. Vergonhoso. Aterrador pensar que é esta a justiça e a investigação criminal em Portugal

Pior que isto talvez os comentários por todo o lado que isto é ceder aos ingleses; que eles nos obrigaram a esconder a verdade; que o Gordon Brown forçou o governo a baixar as calcinhas. Os outros são maus; e nós pequeninos temos que submeter-nos. Às vezes Portugal ainda é o país provinciano, incompetente, e mesquinho do nosso amigo Salazar.