Tuesday, January 15, 2008

O Homem Mais que Homem

Oscar Pistorius, campeão para-olímpico pretendia correr nos Jogos de Pequim, vertente "normal". A Federação de Atletismo não permite; Pistorius, duplo amputado, corre com duas próteses em fibra de carbono, as cheetah. Numa inversão do termo handicap, o amputado tem vantagem sobre as pernas dos homens normais.

Tiger Woods operou-se e hoje tem visão mais do que 20/20; Barry Bonds ingeriu esteróides para quebrar todos os records de home runs.

O corpo, a máquina, os químicos. As previsões de Gibbons no cyber-punk Neuromancer, aí estão.

6 Comments:

Blogger Luísa said...

(...)

«elas estão andando por si próprias!» exclama alguém
estão a falar a andar umas com as outras
a falar umas com as outras
estão lançadas por aí fora a piscar o olho a ter inteligência
para todos os lados
sugerindo obliquamente que se reportam
a um novo universo ao qual é possível assistir
«ver»
como se vê o que comporta uma certa inflexão
de voz
é uma espécie de cinema das palavras
ou uma forma de vida assustadoramente juvenil
se calhar vão destruir-nos sob o título
«os autómatos invadem» mas invadem o quê?

Herberto Hélder

2:50 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Complicado meu caro. Muito complicado. E as nossas conversas sobre o doping já levam algum tempo!
Eu não estou a imaginar niguém a cortar as pernas para ser Campeão Olimpico, mas ele`há doidos para tudo.
Mas seria muito giro ver uma prova de Pernas vs Cheetahs.

3:47 PM  
Anonymous Anonymous said...

MM- As Cheetahs são sempre uma vantagem,não pelo efeito mola que podem provocar mas mesmo pelo facto de não esforçarem o musculo inferior que é o que mais contribui para o cansaço e consequente perda de performance. Não falem disto ao Mason o o tipo ainda serra a pernas, so para causar polemica

10:51 PM  
Anonymous Anonymous said...

O que não é natural é muita vezes mais apetecível. Ora vejamos: Uma colega minha, sem a mínima piada, isto é, tabuinha, cabelo feiito, mal vestida, chegou ao trabalho, depois de umas férias, bastante melhor: mamas de silicone (só pode), cabelo comprido e louro e roupa justa e sexy. Estamos todos loucos atrás dela... Que transformação!

4:38 PM  
Anonymous Anonymous said...

LEIAM E MEDITEM NESTE INTERESSANTE ARTIGO, ESCRITO PELO BAPTISTA BASTOS E PUBLICADO HOJE NO D.N.:

"As afrontosas injustiças sociais conduzem as pessoas a um cada vez maior afastamento do acto cívico e ao desprezo repugnante pelos políticos. As estatísticas são reveladoras. Nunca será de mais referir as evidências. Está em marcha uma espécie de "mexicanização" do regime, em que apenas o PS e o PSD estão dotados da autoridade do poder. A tentativa de se amordaçar a voz dos pequenos partidos destrói a tese segundo a qual, em democracia, as singularidades devem ser afirmadas, reivindicadas e, inclusive, estimuladas. Aos homens da minha geração e àqueles que se nos seguiram causa calafrios a doutrina de que os "outros" não dispõem de bons argumentos.

Temos, talvez, "excesso de memória", como disse a investigadora Irene Pimentel: possuímos o lastro de uma História cuja linguagem se choca com esta realidade, que serve de ligação a versões turvas da liberdade, da equanimidade e da justiça.

As perversões bradam aos céus. Vão-se conhecendo as "reformas obscenas" [expressão de Bagão Félix] atribuídas a "gestores" de instituições públicas; os salários indecorosos; os privilégios e os prémios; as mordomias e as sinecuras. A soma das iniquidades causa ressentimento num país com dois milhões de pobres, elevadas taxas de desemprego, velhos a morrer nos jardins, jovens perplexos com o futuro.

A revista Visão publicou [10 de Janeiro, p.p.] um documento impressionante, no qual são reveladas as diferenças das folhas de ordenado em 25 grandes empresas. Os números são revoltantes. Henrique Granadeiro, administrador-mor da Portugal Telecom, aufere, mensalmente, 185 590 euros [cerca de 37 500 contos], ou seja: 128 vezes mais do que a empresa gasta com 128 trabalhadores, na base de que cada um destes recebe 1449 euros [cerca de 300 contos] mensais. O rol de disparidades não se limita a este caso. E um tal Rui Luz, "perito" em recursos humanos, sustenta a indecência com a frase: "A escassez de talento justifica os salários de directores de primeira linha." Na interpretação deste cavalheiro, estamos perante Einsteins, Oppenheimers, seres incomuns, com elevados graus de genialidade. Não é assim. Conheço alguns dos indicados, cujas meninges deixam apreensivos todos aqueles que não escrevem samarra com cê de cedilha e polícia com U.

Mas este é o discurso do poder e os seus ecos mais condenáveis. Perdeu-se o sentido das proporções, e a ética foi torpedeada por uma democracia administrativa que protege e premeia quem a defende e vitupera e persegue quem a critica. Não há grande variação das formas da palavra. Entre os que decidem, os que se submetem e os que reivindicam existe o domínio de classe que tende a confundir a generalidade e o interesse geral.

Quem nos acode?"

8:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Muita coisa para reflectir por Vital Moreira:
"Cadilhe
Depois da sua pesada derrota nas eleições da administração do BCP (ficando por uns humilhantes 2%), não fica bem a Miguel Cadilhe atacar a CGD por ter participado na votação. Primeiro, cabe à CGD defender os seus interesses accionistas no BCP; segundo, mesmo que a CGD se tivesse abstido de votar, o resultado não seria diferente; terceiro, é de perguntar se a reacção teria sido a mesma se a CGD tivesse votado... nele.
O ressentimento na derrota, ainda por cima anunciada, não é próprio de pessoas do (grande) gabarito de Cadilhe."

12:51 AM  

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