Saturday, April 25, 2009

Camisa Às Bolinhas


Marcelo Caetano é um homem que me intriga. Inteligente, seguramente conhecedor da situação insustentável do regime e no entanto completamente incapaz de fazer o que sabia ser certo. É também uma parábola para muitas situações na nossa vida.

A solução, acreditando em Manuela Goucha Soares, autora de "Marcello Caetano – O Homem que Perdeu a Fé" é emigrar para o Brasil. Libertam-se as repressões, ganha-se a liberdade. E camisas muito mais engraçadas.

11 Comments:

Anonymous cro...inha said...

Mas falta a gravata!!! :-)

2:50 PM  
Blogger Zorze said...

Há por aí neste mundo quem use camisas com padrões bem mais exotéricos....
Grande abraço, camarada!

6:19 PM  
Anonymous Anonymous said...

Com uns óculos ficarias bastante parecido com o Marcelo.

7:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pois, tu e a Manuela Goucha Soares estão a preciasr de óculos! A camisa não é às bolinhas, é aos quadradinhos!

7:53 PM  
Anonymous a topazio said...

A camisa nem é aos quadrados. É aos losangos!
Os homens sao todos iguais...

4:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Se é às bolinhas, aos quadrado ou aos losangos pouco interessa. O que interessa é aquele sorriso, apesar de meio amarelo, de quem tinha acabado de jantar com uma morena...

4:14 PM  
Anonymous cr...inha said...

Bolas, quadrados, losangos, florzinhas, louras ou morenas...pouco interessa. FALTA A GRAVATA!!!

5:26 PM  
Anonymous Anonymous said...

sobretudo um homem muito inteligente, que optou por não mudar. isso custou-lhe a mágoa à patria.
sem dúvida uma grande parábola.
Viva ás camisas de todas as cores e feitios!
PS: e no brasil... viva a sunga!!

1:08 AM  
Anonymous João Aleixo said...

Filosofo, parabolista do quotidiano, politologo, historiador, crítico de moda, isto tudo num mesmo post é sinal de uma grande maturidade intelectual, primo Tiago!

2:21 AM  
Anonymous Anonymous said...

Pró meu querido camisinhas:

"Não tirei bilhete para a vida,
Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Hoje não me resta, em véspera de viagem,
Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado na cadeira em companhia com as CAMISAS que não cabem,
Hoje não me resta (à parte o incómodo de estar assim sentado)
Senão saber isto:
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida" ´

Álvaro de Campos

7:41 PM  
Anonymous João MRCVA said...

Um Homem Livre e Grande Pensador no Diário de Notícias de hoje. O seu nome é B.B.:


«ARTP1 resolveu, anteontem, "pensar Portugal". É uma ideia comovente, tanto mais que o maciço conceito que lhe subjaz seria sugestivo, acaso, no nosso país, alguém pensasse no País. A política, aliás, porque de política se tratou, no programa de Fátima Campos Ferreira -, a política é uma actividade que sempre foi dirigida a um restrito número de homens. Nada de novo foi dito. Todos sabemos o lodaçal em que vamos sobrevivendo mas, ao que parece, ninguém sabe como nos vamos libertar.

Foram repisados, com maior ou menor veemência, os problemas sufocantes, que estão a corroer o frágil edifício democrático português. E deveria, talvez, ser dito que a "importação da crise" resulta da natureza escabrosa do sistema, e de que a esquerda não encontrou, até agora, resposta para a superar, criando alternativas às que têm vigorado. A esquerda, essa que se diz "livre e democrática", não tem sido mais do que cúmplice e esteio do mais feroz capitalismo.

A "credibilização das instituições", expressão utilizada por um dos convidados de Fátima Campos Ferreira, perdeu qualquer espécie de sentido. Há 30 anos que desfilam as mesmas caras, se ouvem as mesmas vozes, se lêem as mesmas frases com monótona aridez. O País é domado por um grupo sem prestígio mas com poder. Esperávamos um sistema, emergiu um domínio. A erupção do "bloco central de interesses" (ou seja: a divisão do bolo entre PS e PSD) assinala a degenerescência de Abril num atoleiro. Deixou de haver afinidades ideológicas e as convicções foram substituídas por uma cronologia contínua, destinada ao enriquecimento de alguns, e que encobre, afinal, as ausências de carácter e as trapalhadas das mudanças de partido.

Os quatro presentes nos Prós e Contras são figuras com experiências próprias: Mário Soares, Anacoreta Correia, o reitor António Nóvoa e Leonor Beleza. Não percebi muito bem o que ali fazia aquela senhora. Mas isso não é relevante; talvez seja um equívoco. De todos, Soares foi o menos confuso em exprimir a sua actual cosmovisão política; Anacoreta, formal, cristão, exemplar, não ocultou a infinita tristeza que o percorre, ao discretear sobre o Portugal dos nossos dias; Nóvoa, talvez, o mais preocupado em denunciar o processo de mistificação em que vivemos; e Beleza, pessoalmente magoada com a justiça, contou umas historietas.

De uma forma ou de outra foram graciosamente simpáticos. Os estudantes, na plateia, actuaram como possibilistas e admitiram, no todo, que a cultura dominante se baseava na repressão e na comédia dramática. A seguir, e agilmente, fui dormir, imbuído de limpidíssima serenidade.»

6:09 PM  

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