As Narrativas
Hoje num grande jogo de rugby a grande favorita Nova Zelândia ganhou à França, por um ponto; podia ter perdido. Os comentadores falaram de uma vitória justa da NZ. Quando chegaram as estatísticas, a França tinha mais posse, mais território, mais minutos na área dos 22 metros. Silêncio comprometido do outro lado da televisão.
Um Porto em crise jogava contra Nacional e desde o início os comentadores asseguravam que era um Porto em crise; os ataques sucediam-se, os golos acumulavam-se. A conclusão óbvia, o Porto (pelo menos neste jogo) não está em crise. Mas isso para a narrativa anterior era uma complicação. Solução: uma equipa em crise, com um resultado melhor que a exibição. O 5-0 chegou já no final do jogo, numa altura em que os coitados dos comentadores estavam já em palpos de aranha para continuarem com a narrativa da crise (mas bravamente lá se aguentaram).
Permanentemente a realidade perturba a narrativa. Mas a narrativa ganha sempre.
Um Porto em crise jogava contra Nacional e desde o início os comentadores asseguravam que era um Porto em crise; os ataques sucediam-se, os golos acumulavam-se. A conclusão óbvia, o Porto (pelo menos neste jogo) não está em crise. Mas isso para a narrativa anterior era uma complicação. Solução: uma equipa em crise, com um resultado melhor que a exibição. O 5-0 chegou já no final do jogo, numa altura em que os coitados dos comentadores estavam já em palpos de aranha para continuarem com a narrativa da crise (mas bravamente lá se aguentaram).
Permanentemente a realidade perturba a narrativa. Mas a narrativa ganha sempre.
2 Comments:
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Bem tirada Xôr Tiago! Brilhante as usual
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