Thursday, May 24, 2007

País das Bananas

Esta história de um professor que tem um processo disciplinar por ter dito O QUE QUER QUE SEJA em privado é INACREDITÁVEL. Uso maiúsculas –um caso raríssimo, senão único aqui no Agitar– para que se perceba a minha incredulidade deste assunto. Isto é matéria de Direitos Humanos, liberdade de expressão. A tranquilidade com que esta notícia tem sido recebida em Portugal assusta-me.

A Directora Regional de Educação tem que ser demitida. Já. Garanto aqui que nunca votarei no Sócrates se este caso não tiver esse desfecho.

34 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"Was sind das für Zeiten, wo ein Gespräch über Bäume fast ein Verbrechen ist - Weil es ein Schweigen über so viele Untaten einschließt?" B. Brecht

(“Que tempos são esses, em que
falar de árvores é quase um crime
pois implica silenciar sobre tantas barbaridades?” )

5:24 PM  
Anonymous Anonymous said...

relax men
o gajo e prof, por isso nao deve ser grande espingarda.
mas como a directora tb devia ser podiam ser os dois despedidos e impedidos de dar aulas onde quer q fosse...

5:46 PM  
Anonymous Anonymous said...

Zé Manel da Esquina,
Tu e a Maria de Lurdes Rodrigues devem ter tido, em tempos, algum problema muito grave com professores! Por que é que os professores não são «grande espingarda»? Ou tu és o autodidacta perfeito que nunca precisou de ninguém?

6:42 PM  
Anonymous Anonymous said...

é... eles andam ai. Discretos, ainda, mas andam aí a implantar a censura aos poucos...
Sr. zé manel, algum trauma escolar?...

7:51 PM  
Anonymous Anonymous said...

Todas as pessoas são livres de fazer os comentários que entenderem sobre o que entenderem, quando o entenderem e perante quem entenderem. Isso que fique bem claro.
Contudo, é preciso cuidado a avaliar a notícia, pois o prof. suspenso já foi deputado pelo PSD, pelo que os tais comentários que fez provavelmente até estão a mascarar uma "limpeza" feita com excessiva brutalidade, de que este foi só um pretexto...
De qualquer, sejam socialistas, sejam laranjinhas, sejam do PC ou do CSD, que ninguém se iluda, que todos seriam capazes de fazer o mesmo. Um militante muitas vezes não é sério, pois só vê os interesses da sua facção. E o futuro não promete nada de bom, não soubéssemos já como são primcarreiristas primários e bocais muitos dos jotinhas que por aí andam...

10:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Por amor de DEUS . . .
A Humanidade vai de mal a pior, não veem que o problema não é da politica mas sim das pessoas!

11:34 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ó Zézinho,
tu deves ser daqueles que não tem filhotes!!! Toda gente fala mal dos profs... até ao momento em que têm um filhote!!! Nessa altura querem que os profs resolvam os problemas... Hás-de lá chegar!!!

11:38 PM  
Anonymous Anonymous said...

dja miga
eu nao tive problemas com os profs...
eu TENHO problema com os profs! hello?!?!
eles n gostam de mim, eu n gosto deles.
ok?

12:10 AM  
Anonymous Anonymous said...

Coitadinho!!!!Eles são tão maus!!!

12:35 AM  
Anonymous Anonymous said...

é evidente que tens problemas com os professores, não sabes escrever, não metes acentos nas palavras, dás muitos erros ortográficos, aparentas ser desleixado, tens a mania que és engraçado, passas muito tempo à esquina, etc... mas não continuo porque já é muito tarde...

1:56 AM  
Anonymous Anonymous said...

e verdade
ja um gajo ha 15 anos dizia que os meus irmaos + velhos eram a geracao rasca...
resumindo: a culpa da cena e dos profs e dos alunos

2:21 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Caro amigo Tiago

Ontem à noite fui confrontado como uma provocação do nosso amigo Daniel Polónia para mim e também para o nosso amigo Tó Jó - como podes ver o verdadeiro centralão: ala esquerda do PS, o aparelho do PS e o aparelho do PSD (qual será a tendência???) – e a discussão rapidamente passou para a tua última observação: “nunca votarei no Sócrates…”
Assim as questões essenciais são do teu post passam a ser: Em 2005 votaste no Sócrates?!?!?! Alguma vez pensaste que irias votar nele? Será que o Sócrates perdeu um eleitor? Será que o Sócrates perdeu uma oportunidade de ganhar um eleitor? Ou será que nada disto aconteceu ou iria acontecer?

Quanto ao professor e ao caso do processo, confesso que estou como o Cavaco (sim podes rir e gozar comigo, mas essa é a verdade…), espero que rapidamente seja resolvido e que não se lhe dê mais importância do que é devido.

PS: Já o Lino foi longe de mais, quer no teor da observação que fez, quer no “enrolanço” que anda a preparar. Faça mas é a OTA e que tenha mais continência verbal.

1:08 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eu acho que se fala demasiado sobre assuntos pouco esclarecidos!

1:52 PM  
Anonymous Anonymous said...

Embora a pica da picardia já tenha passado aqui fica o meu comentário:

Não sei se despedir a Sra ajuda mas isto é bem exemplar do país que somos. Não é à toa que os ditadores ganharam um certo concurso... Parece que existe um ditador latente em muitos portugueses sempre à espreita por uma oportunidade para dar o seu melhor...

Não culpo o Socrates mas penso que ele, como lider do país, deve manifestar-se e intervir. O papel do líder é projectar os valores básicos que devem servir de orientação para o rumo do país e claramente este é um caso de valores uma vez que a questão legal
presumo que esteja salvaguardada e que o Sr não será penalizado, desde
que vá para tribunal (o que não é pouco...).

Por outro lado, não sei até que ponto é que não existe uma triste tradição de achincalhar o próximo além do aceitável o que denota falta de standards éticos e de boa conduta. A liberdade de expressão não nos deve fazer esquecer a boa educação e os bons princípios e a verdade é que já chega de brincadeiras com o tema da licenciatura do homem e de ser ou não ser engenheiro... Cada um devia ser mais exigente consigo próprio, até no nível das piadas que escolhe e evitar servir pratos requentados.

2:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

Razão, razão tem o meu dono: o Sócrates é um ditadorzinho de meia leca!
Devia ser despedido já. Devia ser irradiado da vida portuguesa...
Onde é que eu já ouvi isto???

3:16 PM  
Blogger tiago m said...

Caro Tó-Jó,
Este é um caso para o qual eu não vejo um "por outro lado". Aqui só há um lado, uma pessoa na sua privacidade fez um comentário. Seja ele qual for, ninguém tem nada com isso. É uma regra máxima da democracia, mesmo dos direitos humanos. Um valor de tal maneira importante, que o líder de um país, tem como função máxima zelar por ele. Quanto mais aceitar que a seu mando esteja alguém que tão escandalosamente não percebe isso.

Cara AnaL,
Eu não preciso de muitos esclarecimentos sobre isto. O homem fez um comentário no seu gabinete e tem um processo por isso.

Caro Coelho,
não me lembro se estava cá para votar no Sócrates. Acho que não. Mas provavelmente votei ou teria votado nele. Mas não torno a votar se a directora regional de educação não for demitida explicitamente por isto. Não consigo perceber como se pode dar demasiada importância a este caso; este caso não de modo algum a relevância que deveria ter tido; para mim é uma questão fundamental: e choca-me esta reacção titubeante que assisto em Portugal de gente supostamente de esquerda.

Caro Zé Manel da Esquina,
isso passa-te

Caro Francisco,
Espero bem que não tenhas razão; eu cá não acho que todos fossem capazes de fazer o mesmo.

Caro(a) Moral da história,
Também espero que não tenhas razão. Mas é um dos meus maiores medos desta história e da sua aparente falta de consequências é que fique a sensação de que não se pode falar livremente.

4:31 PM  
Blogger Daniel Polónia said...

Viva!
Sem muito tempo para grandes reflexologias:
Coelhinho: Aparelho, eu, usei nos dentes quando era puto e não gostei. E agora só conto usar quando for velhinho para combater a erecção permanente causada pelo Viagra, Cialis e coisas do género.
Tiago: Gostei de ver: Liberdade de expressão é para ser defendida sem tibiezas, e não é por ter o cravo ao peito no 25/4 que se é mais (ou menos) democrata que os outros. É nestas pequenas coisas que se vê a diferença!
Em geral: Torquemadazinhos de trazer por casa há em todo o lado. A solução é acabar com os tachinhos administrativos e por esta malta a trabalhar ...
Abraços,

5:05 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

This comment has been removed by the author.

5:32 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Sim sim Daniel, tu nunca foste do aparelho, nem és, nem nunca serás...
És tu e um tal de Coelho, que felizmente só é da minha família politica, que se junta ao um tal Pacheco, para baterem nos órgãos partidários.

Mas meu caro a grande questão, não é saber se o professor, que por acaso até é teu colega de partido e já teve na AR, disse mal ou bem do processo de atribuição de José Sócrates numa reunião porfssional, quando ainda por cima ele tem à sua responsabilidade processo similares!

A questão essencial, e pelo qual todos os leitores deste magnifico blog estão à espera, é saber se o Tiago votou alguma vez no Sócrates, será que foi para Secretário-geral..., ou se pôs alguma vez a hipótese de vir a votar?

E caro Tiago, apesar de viajares muito, acho interessante que agora não te lembres se estavas ou não em Portugal. mas eu dou uma ajuda. As eleiçoes para Secretário Geral foram no final de Setembro de 2004. As eleições para a AR foram em Fevereiro de 2005. Mas podes ficar descançado, se votaste no PS, como vostas em Coimbra na verdade não votaste no JOsé Socrates.

5:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

Caro Tiago,

A Liberdade de expressão constroi-se exercendo-a de forma responsável. Abusar da Liberdade é o meio mais eficaz de acabar com ela. O meu "por outro lado" é para consumo de cada um e não para dizer que afinal até é bem feito. Explico: muito boa gente neste país fala pelos cotovêlos, não pensa no que diz e acaba dizendo o que não pensa (se é que pensa alguma coisa). Eu ainda me lembro dum menino da nossa geração que disse num contexto relativamente privado que as mulheres eram umas vacas e acabou condenado em tribunal. O meu ponto é que dizer o que se quer em privado não é um direito absoluto em si mesmo. Aliás não consta que o tipo de comentário tivesse algo que ver com exercício de liberdade de expressão mas sim com o direito de ser libertino. Antes de fazer alguma coisa com alguém convém perceber se essa pessoa está de acordo, não te parece? Pelos vistos quem escutou não gostou. Alguém decidiu colocar um processo disciplinar. Pois juntem-se todos em tribunal (se for o caso), sejam mais responsáveis e assumam os seus actos. Provavelmente todos os envolvidos ficam mal na fotografia... pode ser que aprendam alguma coisa.

5:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

O grande Baptista Bastos, jornalista que sempre admirei, pela independência, valores , coragem, frontalidade, verbo fácil, escreve na sua última crónica, no Jornal de Negócios, o seguinte:

"O desemprego atingiu níveis assustadores, os impostos directos e indirectos penalizam os mais desfavorecidos. O sistema de saúde está a ser dizimado através da política de um ministro, Correia de Campos, que, entre outras sinistras qualificações, vai figurar como o liquidador da Casa da Imprensa (uma das mais nobres instituições mutualistas da Europa), e de ter atirado para o desespero velhos jornalistas sem meios nem apoio, e para a miséria viúvas de profissionais do jornalismo. Este senhor é, aliás, responsável por decisões antisociais de que não há memória, mesmo nas épocas mais turvas da história portuguesa.

Por outro lado, a ofensiva contra a liberdade de informação não se queda nas maviosas frases do sr. dr. Augusto Santos Silva. Vai mais além, e procede de um astucioso propósito de totalização do poder. Não há nada de precipitado nesta afirmação. Os factos e os episódios demonstram que as atitudes políticas deste Governo comportam algo de absolutismo, apesar da sustentação apressurada de alguns turiferários – cada vez em menor número.

A prática deste Governo põe em causa a própria ideia de socialismo, tal como deve ser entendida e interpretada. Os apóstolos do neocapitalismo globalizado e a Direita pura e dura manifestam grande regozijo em terem como adversário esta "Esquerda" que se limita a copiá-los e aos seus desideratos, adoptando modelos sociais tão repelentes quanto absurdos. A incomodidade já demonstrada entre militantes socialistas leva-nos a considerar que as coisas não vão bem no PS. A clique dirigente (porque de clique ser trata), assenhoreada do poder, tem-se conduzido através de uma camuflagem ideológica enganosa, mas já não consegue disfarçar as verdadeiras intenções e os ínvios caminhos por que persegue objectivos inquietantes.

A circunstância de Sócrates ter obtido maioria absoluta não pode amparar esta ofensiva tenebrosa, que está a dar cabo não só do tecido produtivo como das particulares idiossincrasias dos portugueses. As doenças do foro psiquiátrico aumentaram, os divórcios cresceram de número, as famílias estão a ser dizimadas, são milhares os licenciados sem colocação, sem destino e sem futuro. Setenta mil desempregados vão para Espanha fazer o que é preciso para a sobrevivência mais rudimentar. A insegurança aumenta nas ruas, a violência intensifica-se nos assaltos à mão armada, resultados da exclusão social e da inexistência de uma doutrina de integração e de amparo humanístico. Destes fenómenos se alimenta a extrema-direita. A extrema-direita sabe que recruta simpatizantes e militantes muito activos entre os indivíduos despossuídos, no meio daqueles que reinventaram a totalidade do seu mundo no vazio sem fundo para onde foram atirados.



Não. Sócrates e o seu Executivo não servem. Tal como o fez António Guterres, seu prócere e amigo, arruinou as esperanças nele depositadas. A mentira tornou-se num procedimento particularmente requintado, a ética republicana foi atirada às urtigas e a moral individual espezinhada em nome da maximização dos benefícios do capital. Há qualquer coisa de repugnante neste contínuo governamental. E de extraordinário na capitulação de pessoas que vieram de honradas lutas e de nobres convicções. Não gosto do que vejo. Sinto-me indignado com o estado em que o País se encontra. E não gosto nada de ter de escrever o que escrevo.

A "inaudita barbárie humana" a que havíamos chegado criou, em muitíssima gente, a ideia de que o Partido Socialista poderia dar-lhe uma volta pela Esquerda. Não se desejava a homogeneidade de uma prática que sugerisse outra espécie de totalitarismo. Talvez tudo isto não passasse de utopia, num mundo em que a finança (não a economia, a finança) ia dominando, até, as próprias consciências. Ora, a verdade é que uma vez ainda, uma e outra vez, o PS no Governo traiu as expectativas e liquidou as nossas modestas ambições.

Esperávamos uma convivência e uma integração pacífica dos outros connosco e de nós com todos. Em condições de estigmatização, discriminação, exploração e marginalização de milhares e milhares de homens e mulheres, portugueses e estrangeiros, brancos, pretos, amarelos e castanhos, embalámos a ideia de que este Governo (como, antes, o de Guterres) conduziria Portugal para um relativo bem-estar económico, social e cultural. Os malefícios estão à vista. Guterres fugiu, espavorido, e escancarou as portas a uma Direita que se empenhou em leviandades e em criancices. O brinquedo chamava-se Portugal. Sampaio tem largas responsabilidades neste hiato. Sócrates promete e não cumpre, falta à palavra dada e enfia-se num mutismo arrogante, como se todos nós fôssemos matóides desprezíveis.

Gerindo este capitalismo de uma forma inábil, porém dura e ríspida (por isso vai pagar caro, e nós também), e afirmando-se e reafirmando-se "adepto da sociedade aberta", entendeu que a melhor solução era soltar a correia e deixar o "mercado" à solta. O engano, em política, paga impostos elevadíssimos. E o próprio Papa João Paulo II, em encíclica, advertiu que "há algo melhor do que o capitalismo", e que a resposta deve ser encontrada "na própria humanidade do divino e no divino que contém toda a humanidade".

Não sinto rebuço nenhum em reconhecer que a minha geração foi derrotada. E traída. O que não implica que estejamos obrigados a submeter-nos a tudo quando os vencedores do momento nos queiram impingir. A omnipotência deste Governo não é eterna. Acaso não conseguirá uma segunda vitória. O drama é que a alternativa será, certamente, pior."



Que grande lucidez, até arrepia...

6:48 PM  
Blogger Daniel Polónia said...

"O drama é que a alternativa será, certamente, pior."
E é por isto que eu não gosto de aparelhos. Vai ser essencialmente mais do mesmo.
Os mesmos esfaimados de poder e de lugar.
O que em si só explica os 47% de hoje do DN ...

7:01 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Lá vem o Aleixo Chagas com as suas sitações...
Meu caro para ser criticado basta só fazer uma coisa: AGIR!
E o texto do Batista Bastos, apesar de muito bem escrito, pode servir para criticar qualquer um. Basta pensar em substituir os nomes dos ministros deste governo, pelos nomes dos ministros de um outro governo anterior...

Daniel amigo, tão novo e tão amargurado com o PSD... Mas podes sempre fazer o percurso da nossa amiga Helena Roseta e ainda te vejo lado a lado ao nosso querido anfitrião!

Tó Jó não estou a criticar a Lenita. Estou só a tentar trazer o Dany para o nosso lado. Os gajos inteligentes são sempre bem vindos, mesmo que sejam rezingões.

8:05 PM  
Blogger tiago m said...

Caro Tó-Jó,

"A Liberdade de expressão constroi-se exercendo-a de forma responsável. Abusar da Liberdade é o meio mais eficaz de acabar com ela."

nao estou de acordo. a liberdade de expressão não se constroi. existe. e por isso me assusta este caso.

abraçø

8:53 PM  
Blogger Daniel Polónia said...

Ó Doutor,
Vamos lá aliviar a carga.
Comentários a isto
http://dn.sapo.pt/2007/05/25/opiniao/o_caso_proverbio_teimoso.html

9:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Caros colegas de blog,

A discussão está animada, sem dúvida:

- O amigo Aleixo cita e cita (e não sita, como o Paulo Coelho Vaz escreve, pelo que se percebe que não é certo escritor de 2ª). De qualquer, é uma citação brilhante, pois o Baptista Bastos é um fantástico cronista, como já nenhum é em Portigal;

- o Zé Manel, quiçá não proveniente de Bruxelas, arremete contra os professores, que, apesar de propensos a fazer greve ao menor toque de uma mosca, também são afectados pelo imenso experimentalismo do nosso sistema educativo, o qual, como é sabido, sobre de verborreia legal, em forma agravada;

- o nosso Paulo Coelho defende sem vacilar e em todas as ocasiões o seu partido, o que é típico de um militante. Aliás, admite sê-lo, pelo que dispara fogo como um dragão em todas as direcções;

- a Leopoldina abandonou as crianças no Modelo/Continente e veio atacar, quiçá com o mesmo nível de Fernando Charrua, o nosso Sócrates...

- o Daniel Polónia partilha da minha visão desconfiada dos aparelhos partidários e revejo-me numa sua citação: "O drama é que a alternativa será, certamente, pior.";

- falta o Tiago, organizador deste convívio virtual, que merece todo o meu aplauso, dizer se votou ou não em Sócrates no ano 2005, o que, como calculam, aguardo com grande interesse, atendendo a tudo o que foi escrito atrás, bem como ao belo desafio lançado pelo Paulo Coelho Vaz.

Mas, baralhando e voltando atrás, se atentarmos em tudo o que se tem passado nos últimos anos em Portugal, vemos que toda a estrutura política se tem degradado, tanto em pessoas, como em valores. Vejam-se os últimos anos da governação de Cavaco Silva, minados pela corrupção; a fraqueza dos governos Guterres, que degenerou num estado fraco e arruinado; a falta de carácter de Durão Barroso; os desastres de Santana; as inflexões de Paulo Portas, que um dia ainda virá dizer que é de esquerda, se isso lhe convier; os casos dos presidentes de câmara corruptos nuns casos, prepotentes e aniquiladores das vontades locais noutros, como acontece em muitos concelhos do interior, em que pessoas e empresas dependem da autarquia (Oeiras, Gondomar, Marco de Canaveses, etc); as últimas crises em Lisboa, etc, etc, etc... Um rol de casos que nunca mais acaba.
O pessoal político forma-se nas juventudes e aí aprende:
- a respeitar o chefe;
- a dobrar a língua e a não ser verdadeiro;
- a desprezar todo aquele que é contra a sua facção;
- as artes de aniquilar ardilosamente a liberdade de opinião e brutalmente, a vontade contrária dos seus facciosos opositores.
Com este leque de conhecimentos, entram na política e começam a entrar nas câmaras, outros chegam a assessores, com algumas protecções começam a chegar às secretarias de estado e por aí fora até que, por algum bambúrrio de sorte, chegam a primeiro-ministro. Nada de útil fazem na sua vida. Nunca trabalharam numa empresa, não partilharam transportes públicos com a plebe, não se habituaram a pagar para ver um espectáculo, não conhecem problemas se for necessário contornar a lei... Perante um quadro destes, em que há excepções que apenas destoam e confirmam a regra, alguém se admira com este caso que aconteceu numa Direcção Regional? Mas francamente, alguém fica admirado? Eu não!!!

11:15 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Caro Francisco

Peço imensa desculpa pelos meus erros ortográficos. E se neste comentário existir mais algum não hesite em me corrigir pois será desta forma que irei aprender...

Deixe-me no entanto dizer-lhe que eu não defendo o meu partido! Eu defendo os partidos, pois é desta forma que eu entendo, que a democracia se constrói e ainda mais em especial em países que têm somente 3 décadas de democracia, como é o nosso. Por exemplo considero que aquilo que o PSD fez em Lisboa é de uma coragem extrema e que todos os democratas se deveriam orgulhar: Pressionar a demissão de um elenco camarário eleito em lista sua, por considerar que não existem condições para que 3 arguidos num processo de corrupção camarário, continuem em funções, mas assumindo o ónus da responsabilidade, é de uma coragem e frontalidade que grande parte dos portugueses, militantes ou não em partidos, infelizmente nem sempre o demontram. Deixo aqui o meu reconhecimento ao PSD enquanto partido interessado no engrandecimento da democracia em Portugal! Claro que os detractores da democracia, tipo BB, lá vão escrever textos brutais, denegrindo estas atitudes e pior ainda, confundido com as candidaturas do Major ou da minha ex camarada Felgueiras!

Quanto às considerações subsequentes sobre Portugal aquilo que lhe posso dizer é que já vai chegando de tanta lamúria. Aliás, já alguns anos! Quem me conhece bem e há alguns anos, sabe bem o verberei contra o nosso actual presidente da Republica, mas confesso que hoje é das poucas pessoas que em Portugal vai mantendo o estado de senilidade que considero mínimo. Tudo o resto, políticos, analistas, comentadores ou jornalistas, parecem que acabaram de sair de um hospital psiquiátrico, ou melhor, que precisam urgentemente de entrar num!
E para terminar lhe digo, mas também para quem não gosta, mas mesmo nada, daquilo do que se passa em Portugal ou do que é português, há sempre uma saída: basta emigrar! Como aliás fizeram gerações anteriores às nossas, e que hoje voltando a Portugal tendo uma visão bem mais positiva da vida e muito, mas mesmo muito, mais construtiva do nosso Portugal.

Fica somente a restar o esclarecimento devido no nosso amigo e querido Tiago Magalhães ou como já tive oportunidade de ver escrito: Lisboa Magalhães!

12:44 AM  
Anonymous Anonymous said...

Caro Paulo Coelho,

Viver e aprender! Não sei quem o disse, mas não deixa de ter alguma verdade.
Para o funcionamento das democracias, os partidos são necessários… um mal necessário sem dúvida. Não deixo no entanto de pensar como era interessante o esquema vigente na Grécia Antiga em que não só, não existiam partidos, como os cidadãos só podiam exercer um número muito limitado de mandatos, de forma que quase todos na sua vida contribuíam activamente para a vida pública. Não deixo também de admirar aqueles que actualmente, são capazes de se associar a partidos e de abdicar de ganhar mais dinheiro para servirem o bem comum. Pena é que se sejam poucos.

Reconheço que pouco tenho feito para mudar o estado das coisas. Nunca concorri a nada, excepto um posto no conselho pedagógico numa faculdade, não pertenço a associações e não tenho vida política. Você, pelos vistos, tem um currículo, mais preenchido. Contudo, sempre votei, pois continuo a pertencer ao grupo dos que acredita que a democracia é pior de todos os regimes, com exclusão dos restantes, alguns dos quais provavelmente defendidos pelo amigo BB.

Não reconheço grande mérito ao PSD por ter deixado cair a câmara. Só o fizeram quando se atingiu um tal estado de apodrecimento, derivado de sucessivos escândalos (corrupção, compadrio, nepotismo), que impediam a câmara de funcionar devidamente. E assim, tal como aconteceu com o Santana, foram necessárias medidas mais… radicais. Se a situação se mantivesse, só iria enfraquecer o partido e contribuir para a degradação da sua imagem.

Dizer que devem quase todos ir para um hospício não é de todo exagerado. Apesar do que disse atrás, eu acredito em Portugal e continuo a acreditar no seu povo. Somos um povo velho, mas sábio. Aguenta muito e quando tem de ser, consegue mudar da noite para o dia. Não é por acaso que temos quase 900 anos de história. E porque, talvez ingenuamente, ACREDITO, não emigro. Não emigro porque acho que, que por muito difíceis que sejam as nossas condições, temos de diariamente empenharmo-nos e esforçarmo-nos para ajudarmos o nosso país. Só nós nos podemos ajudar a nós mesmos. Como Kennedy disse, não perguntes o que o país pode fazer por ti, pergunta o que podes fazer pelo teu país.

Eu tinha uma resposta. Pegava numa vassoura e limpava o país de pessoas como a Directora Regional de Educação do Norte.

1:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

tiagomen
ze sem acento e tudo em letra peqna
temos de poupar por causa do efeito de estufa
nao te esqucas das ondas amanha

10:44 AM  
Anonymous Anonymous said...

Tiago, não estás de acordo comigo e eu não estou de acordo contigo :)). Esta é a virtude suprema da Liberdade quando exercida com respeito.

Mas se me permites, dado que me parece muito estranho que a Liberdade seja tida como uma comodity dos tempos modernos, pergunto: se a Liberdade existe por si e não precisa de ser construida, porquê o post que originou estes scomentários? Porquê o 25 Abril 74? E porquê o Maio de 68?

Na minha opinião, não devemos considerar a Liberdade como algo que "existe". Por exemplo, cada criança que nasce tem que ser educado para a Liberdade e não existe uma receita e nem me parece que o remédio seja algo do tipo " poder fazer o que nos der na gana".

Voltando à origem e fechando o assunto, provavelmente ambos os protagonistas têm falta de educação para a Democracia e para a Liberdade e já agora para a Cidadania. Aliás o caso é sintomático pois parece que envolve um fala barato, um bufo e uma ditadora de meia tigela e passa-se no Min. da Educação. É com esta gente que se está a educar este país portanto está bom de ver para onde caminhamos... Tenho dito.

8:26 PM  
Anonymous Anonymous said...

Já que estamos em maré de despedimentos, despeçam também o Mario Lino. Não há nada no Sul! Na cabeça dele é que deve haver muito pouco!

11:24 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Caro Francico

Assim está em melhor. Mesmo sem a eloquência do BB, esse é o verdadeiro discurso que se pretende para que Portugal continue a crescer, sem o stress de ser o primeiro ou o segundo, melhor ou o logo a seguir.

Concordo contigo que a Grécia é o princípio concreto de muita coisa, mas também não era o melhor sistema político. Lembra-te que nem todos os humanos tinham os mesmos direitos, como por exemplo as mulheres, e que existiam escravidão…

Quanto ao PSD. Eu também não reconheço nem nunca reconheci grande mérito, mas tenho que sublinhar uma coisa: se a lista pelo qual foi eleito o Carmona Rodrigues, fosse uma lista de independentes, ainda hoje ele, o Fontão de Carvalho e a Gabriela Seara, seriam vereadores e continuariam a ser mesmo que fossem acusados de corrupção no caso Bragaparques. Isso tenho a certeza nunca aconteceria, como não aconteceu, se essa lista fosse de um partido. E essa é uma mais valia do nosso sistema político.

Quanto ao caso Fernando Charrua, acho que há coisas mais graves em Portugal do que um processo disciplinar. Aliás segundo os jornais as versões apresentadas não são coincidentes (da simples chalaça sobre enviar documentação por fax ou ter chamado o primeiro ministro de filho da puta numa reunião oficial e como é obvio sujeita a acta –e como diz o Tó Jó há brincar e insultar), pelo que esse mesmo processo será analisado por quem de direito.

Quanto à vassoura podes ainda utilizá-la para outras coisas também úteis, como fazer valer a nossa constituição e implementar a regionalização, tornar o nosso SMN no valor mais condigno como aquilo que devemos procurar (eu não sei como alguém pode viver com 400 euros por mês) ou alterar a taxa de incidência de impostos para os bancos, uma vez que comparativamente pagam bem menos de IRC do que a maioria dos portugueses.

E é por estas e por outras causas que estou num partido politico…

10:48 PM  
Anonymous Anonymous said...

Caramba... este assunto tem andado aceso pelos blogs, e aqui não está a ser excepção. no meio de uma discussão sobre o assunto, algures por aí, alguém disse q o Mário Lino também tinha o direito de se exprimir, porquê censurá-lo? Aí é que bate o ponto: o sr. do governo devia ter tento na lingua, atendendo à posição q ocupa, e à marmota que anda a encobrir com esta barbaridade da Ota. Cobriu-se de neons com esta piada, ofendeu o pessoal da margem sul, e agora todos lhe caem em cima. Bem feita para ele e a sua grande língua.
Agora, o professor... só disse uma verdade que muitos de nós têm vontade de dizer. e dizemos. há por aí muita gente a dizê-lo, qual é a novidade? brejeirice, falta de educação? Ora... falta de educação é o que este governo anda por aí a fazer...
Caro Tiago, eu também não gostaria de ter razão. mas temo bem que qualquer dia andemos por aí a ser vigiados.

11:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

Conversas com Suecos, Alemães e Ingleses…

- Então, que fazes?

- Sabes, um processo daqueles…mais do mesmo…

- A justiça está mesmo assim tão mal em Portugal? E vocês também não nos ajudam nada. São os princípios básicos…

- Não sejas idealista ingénuo…

- Pois…mas que ganham com isso?

- Nós é que mandamos, nós é que mandamos às vezes...
Que ganhava o FMI a definir uma política para a Argentina?
A Argentina adoptou uma política completamente contrária, e agora está a crescer a um ritmo impressionante, mais de 10% ano, estás a ver a construção lá, a quantidade de bons hotéis a aparecer? São piores que os coelhos a reproduzir – que ganhamos com isso???
Como vamos competir com eles?

- Haahaa, consentem o que se passa nos tribunais lá em Portugal. Quanto maior a estupidez lá, mais vocês estão por cima…grande justiça!

-Cala-te, quem ganha o quê? Fartamos de trabalhar e qual é o reconhecimento? Se quero estar bem tenho que fazer por isso…deixa os bandalhos fazerem o que querem, quanto mais se enterrarem pior para eles…
Liberdade é estar aqui! ahaha...

10:55 AM  

Post a Comment

<< Home