O Pânico
Comboio cheio, carruagem cheia de fumo, avaria; meia hora parados na linha. A mochila ali sem dono começou a fazer-me mais espécie. Uma estupidez, claro, encazinar com aquela; muitas outras mochilas podiam estar abandonadas no lugar da bagagem. Seja como for chamada a atenção ao cobrador. O homem fica abananado a olhar para mim; pega no telemóvel atarantado. Finalmente resolve: "Deve ser alguém que está no bar". Insisto: "Com atentados em Espanha e esta ameaça de Barcelona… É melhor ter a certeza". Ele corre ao bar e repete: "Deve ser alguém que está no bar". Volta passados uns minutos; "é desta menina". E para a menina: "Este senhor estava em pânico; eu bem lhe disse que era de alguém que estava no bar".
Protesto que não estava em pânico, que lhe tinha dito que as probabilidades de ser alguma coisa má eram muito reduzidas, mas ele está orgulhoso de ter tido razão.
E eu fico em pânico pela total, completa, mais absoluta impreparação dos mais directos responsáveis lidarem com estas situações.
Protesto que não estava em pânico, que lhe tinha dito que as probabilidades de ser alguma coisa má eram muito reduzidas, mas ele está orgulhoso de ter tido razão.
E eu fico em pânico pela total, completa, mais absoluta impreparação dos mais directos responsáveis lidarem com estas situações.
posted by tiago m at 12:11 PM
5 Comments:
tu... nunca entrarias em pânico... pelo menos, não consigo imaginar!
pois. não sendo pela paranóia global, há que zelar pela segurança comum. de facto, o mito do cantinho da paz faz com que este tipo de situações ocorra. e querias tu que o senhor tivesse alguma formação para procedeer de outra forma? estás em Portugal!
Uma gracinha dessas nos States e ias tu e a gaja "de cana" para uns safanões a tempo para não se panicarem tão facilmente ...
Ainda bem que não entraste em pânico! Que cabelos é que ias arrancar? Os teus não era com certeza!... Ah, já sei, os da rapariga da mochila.
MM-->Ainda bem que estamos em Portugal e não estamos nada preparados, quer dizer que nunca tivemos necessidade! Se acontece algo em Portugal, e como somos um pais de extremos até das costas nos arrancam as mochilas, os senhores "preparados". :)
querida Sónia,
tens razão, sem formação como lidar com esta situação (e não, não fiquei em pânico!)
querido laranjada,
eu não ia nada de cana! pelo contrário, ainda me davam uma medalha! (a gaja provavelmente levava um safanão…)
luisa,
a rapariguinha tinha um cabelo meio estranho, talvez com umas safadelas
querida sofia,
maravilha k finalmente já tens data!
querido/a MM,
tens toda a razão; ainda bem k não temos necessidade; e também tens toda razão k somos de alguns extremos: ainda me arrancavam as mochilas
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