Friday, August 29, 2008

Agora Já Serve

Durante meses Hillary Clinton foi o diabo para a imensa maioria dos comentadores esquerdalhos dos Estados Unidos. Que não servia, que não era verdadeira mudança, que tinha imensa bagagem, que não se desistia quando já tinha perdido as eleições (estando empatada Obama).

Quando se começou a especular quem seria o/a Vice-presidente, a mesma malta dizia: "Hillary nunca!", seria a negação de tudo o que Obama tem defendido. (E aplaudiram, com enorme alívio a escolha de um homem, que está há mais de 30 (!!!) anos em Washington – verdadeira mudança...; e que teve 0.1% dos votos nas mesmas eleições que Hillary teve 50%).

Obama está com a vida muito mais difícil do que se julgava; ao entusiasmo messiânico, contrapôe-se a realidade, e a realidade favorece gente com mais currículo que Obama (como Hillary, e como McCain). Os comentadores esquerdalhos estão aflitos.

De repente Hillary já é óptima, já é fantástica, já é uma grande personalidade e uma enorme política, que fez muito pelos direitos das mulheres e pelo povo americano (desde que não tenha poder e ajude a trazer os votos que Obama obviamente vai ter dificuldade em conseguir)

6 Comments:

Blogger Muffi said...

This comment has been removed by the author.

6:35 PM  
Blogger Muffi said...

Pronto, a gente já sabe que querias que a senhora fosse presidente...

6:35 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Oh amigo Tiago, mas tu também não és um desses comentadores esquerdalhos?

4:45 PM  
Anonymous Anonymous said...

A esta hora deve estar cheio de pena de não poder votar.Qual seria o seu voto?

11:39 AM  
Blogger tiago m said...

Querida Muffi,
é verdade, eu queria que a senhora fosse presidente. Mas o post nem era sobre isso; mas sim sobre esta falta de coluna vertical de muita gente e dos (habituais…) duplos standards

Querida Sofia,
O McCain vai ser um osso duro de roer. Num ano em que os democratas deveriam ganhar por uma abada. É óbvio que o Obama tem fragilidades que vão ser exploradas.

Querido Coelho,
cada vez menos, cada vez menos…

Querido Paulo,
Roidinho por não poder votar, é bem verdade. Não teria nenhumas dúvidas em votar no Obama; nunca votaria no McCain pelas suas ideias. Mas entre a pessoa do Obama e do McCain não sei em quem votaria; são duas pessoas que admiro com grande intensidade.

3:56 PM  
Anonymous Anonymous said...

Grande artigalhada, do não menos grande Baptista Bastos, hoje, 3 de Setembro, no Diário de Notícias:

"NENHUM SILÊNCIO É INOCENTE"

" Diz-se que Manuela Ferreira Leite vai "quebrar o silêncio". Diz-se que esse magno acontecimento ocorrerá no domingo, no encerramento da Universidade de Verão do PSD. Diz-se, numa amarga perturbação, que a calada senhora, a fim de manter a estratégia da inaudibilidade - apenas sussurrará.

Esta atmosfera espectral, que o previsível Pacheco Pereira designa de necessária pausa para meditação, não tem sido, propriamente, aplaudida de pé. As dúvidas erguem-se, como puas, nas almas perplexas dos militantes. E a conspiração alastra como eczema. Menezes, feroz e irado com a mudez obstinada da dr.ª Manuela, ameaça com um congresso devastador. Marcelo manifesta-se incomodado e, até, aflito, com a cruel ausência da presidente. Santana Lopes, apesar de primo da dr.ª, não descansa um mísero segundo sem a fulminar com impiedosos comentários. Ângelo Correia abandonou a efusão das metáforas. Proclama que este rumo absurdo conduzirá o partido às profundezas do abismo. A dr.ª usa a retórica do desdém (moita, carrasco!) que deixa os adversários desatinados.

Mas já não são, exclusivamente, os "barões" a criticar as águas palustres onde, penosamente, se move o PSD da dr.ª Manuela Ferreira Leite. As "bases" começam a embaciar o fascínio sentido pela senhora. Circula um abaixo-assinado no qual se pede uma "sacudidela" à "abulia e à inércia" do partido. As palavras são aprimoradas; mas não deixam de ser rudes.

A Universidade de Verão parece, na lógica deste panorama, a contra-regra do Pontal; digamos: um sinédrio intelectual e grave, destinado a inculcar em cem ansiosos moços o breviário da "social-democracia" à portuguesa. A coisa é notoriamente confusa. E a identidade dos "professores" uma barafunda pegada, repleta de narcisismos perversos e de nervosas ambições.

Não sei se os meus pios leitores imaginam a natureza dos discursos de Pacheco e de Leonor Beleza, de António Borges e do general Garcia Leandro, sem omitir, claro!, o inimitável António Vitorino, socialista e tudo, sobretudo nos dias ímpares. Quase todos os nomeados são directamente responsáveis pelo estado a que chegou o País. Parte do descrédito da acção política a eles se deve. O nosso desalento deixou de ceder a qualquer apelo cívico, e as nossas emoções mais asseadas foram letalmente atingidas. A casta que tomou conta da Pátria devia ser condenada por indignidade nacional. Chega a ser infame a lista das prebendas, das reformas sumptuosas, das funções acumuladas, dos duplos e triplos vencimentos auferidos por uma gente desprezível, que entre si partilha o bolo, num macabro trânsito de interesses.

Os cem jovens que assistem ao conclave de Castelo de Vide vão, com aqueles "professores", aprender - quê? Os exemplos não são virtuosos. "

4:35 PM  

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