Saturday, November 08, 2008

Yes We Can


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Muita, muita gente chorou e admitiu que chorou a ouvir este discurso. (culpado, culpado também). Impressionante a parte final do discurso: da filha de escravo (106 anos) e da viagem: desde não votar –por ser negra e mulher–, até ter escolhdo um presente negro; com a cadência de "Yes We Can", a multidão, calada, o mundo calado a murmurar "Yes We Can". Impressionante a quantidade de referência à história, política, aos políticos, à ciência, ao espírito de liberdade, inovação, criatividade. Se Obama várias vezes me irritou com o seu espírito messiânico, nesta noite, neste discurso, neste momento de emoção, foi absolutamente arrebatador.

Impressionante o discurso de McCain; um grande homem; um político íntegro; um homem de grande qualidades.

Impressionante como a América se pode regenerar assim; é, em muitas coisas, o melhor país do mundo.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Dilecto Tiago,

estou, inteiramente, de acordo contigo, quando afirmas que o discurso do Obama foi arrebatador.

Foi um magnífico discuso! As inteligentes referências históricas, a educação e a elevação na maneira como se referiu ao seu antigo opositor, a excelente dicção, o ritmo certo, o brilhantismo evidenciado na cadência do discurso, provam, caso ainda houvesse dúvidas a esse respeito, que estamos na presença de um grande tribuno.

Penso, igualmente, que o poder da sua palavra, o seu verbo fácil, a sua inteligência, ajudar-lhe-ão num mandato que se prevê muito dificil.

O brilhantismo do seu discurso, e a sua própria maneira de discursar - vide, por exemplo a dicção, paragens, ritmo, cadência - foi adquirida ao longo dos anos. A sua formação em Direito, mas principalmente a sua religião evângelica, foram, quanto a mim, duas verdadeiras escolas que lhe ajudaram, e muito, a aprender e a moldar a forma de como bem falar às multidões.

Durante largos anos, Obama ouvi líderes evânglicos a discursar, tendo, mesmo, proferido algumas palestras nessas mesmas igrejas. A sua forma de discursar faz lembrar esses discursos evângelicos, que nós tão bem conhecemos do cinema ou dos documentários.

Outro promenor que não me escapou foi a elegância de Miss Obama. Não sei qual será a idade da primeira dama, mas que ela ainda possui um belissimo rabo, lá isso é verdade. Além de se poder observar que está bem durinho; ainda se encontra visivelmente arrebitado, o que só concorre a seu favor.

Abraço.

2:44 PM  
Blogger Zorze said...

É pá, e então o nosso querido Portugal? E a nossa grande Fátima Felgueiras?

4:54 PM  
Blogger S Guadalupe said...

Discurso brilhante de um líder. Eu também me emocionei. Mais do que o homem o seu poder smbólico é arrebatador. A mudança simbólica já aconteceu, venham depois as outras mudanças.

Espera-se uma América mais europeia, mantendo o que a América tem no seu melhor.

Esperemos que não acabe em mártir. O ódio (centenário) vem de dentro e tem acesso a armas como a pastilhas elásticas. Não vai ser fácil evitar que seja alvo desse ódio.

4:00 PM  
Blogger osbandalhos said...

Mainardi:

Nova York. Barack Obama acaba de ser eleito. Dou uma espiada no que acontece na rua. Uma mulher extasiada berra de uma janela. Ela berra como o bode que os parentes quenianos de Barack Obama sacrificaram para comemorar sua vitória. Uma picape passa buzinando. Outra picape passa buzinando ainda mais alto, com uma bandeira do lado de fora. Os americanos se parecem com a torcida do Vila Nova. No bairro dominicano, algumas quadras adiante, os moradores soltam fogos de artifício exatamente como no Morro do Vidigal, quando chega um novo carregamento de drogas.

Volto para meu apartamento. Na TV, Barack Obama está discursando para milhares de fiéis reunidos no Grant Park, em Chicago. Ele anuncia sua primeira medida como comandante-em-chefe dos Estados Unidos: comprar um cachorro para suas filhas, que tomará o lugar de Barney e Miss Beazley, os dois scottish terriers de George W. Bush. Como afirma Barack Obama em seu discurso, chegou a hora de mudar a Casa Branca. Barney e Miss Beazley: adeus.

Muita gente chora. Muita gente reza. Mais do que uma festa, trata-se de uma missa campal. Barack Obama é o sacerdote que pode perdoar os americanos de todos os seus pecados, da escravatura à guerra no Iraque. "Um momento épico", exaltam os comentaristas. "Um evento histórico", repetem continuamente. Se de fato é um evento histórico, eu, do lado de cá da tela, de pijama, comendo um prato de Rice Krispies, me sinto como Fabrizio del Dongo, que passa pela Batalha de Waterloo sem se dar conta de seu real significado, no romance A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Barack Obama é Nelson Mandela? Os Estados Unidos acabam de sair do apartheid? Nada disso. Ele é só um presidente. Mais um.

Barack Obama atraiu os eleitores de 18 a 29 anos. Votar é menos excitante do que amarrar os sapatos. Mesmo assim, eles registraram o momento do voto com seus telefones celulares, descarregaram as imagens no YouTube e as divulgaram pelo Twitter. Os comentaristas elogiam sem parar o empenho dos eleitores de 18 a 29 anos na campanha de Barack Obama. Eu jamais confiaria neles para escolher uma marca de cotonetes, menos ainda para escolher um presidente dos Estados Unidos. Chega. Desligo a TV.

Um blogueiro informa que se trata do maior comparecimento às urnas desde 1908. É mesmo. Eu vi. Numa igreja aqui perto, os eleitores passaram o dia inteiro na fila, mandando mensagens SMS e tomando café de canudinho. Os americanos sempre manifestaram um salutar desinteresse por seus governantes. Agora isso mudou. Eles se tornaram mais bananeiros, mais caudilhescos. O eleitorado de Barack Obama quer ser amparado por ele, quer ser protegido por ele, quer ser mimado por ele.

A mulher continua a berrar da janela. Os motoristas continuam a buzinar. Muito barulho por nada. Vou sentir falta de Barney e Miss Beazley.

9:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei dos supershoots! Será que o Bush já comnecou a comprar??? É que é bom para a tensao alta...

10:11 AM  

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