Tuesday, June 16, 2009

Cristiano: O Maior

Cristiano Ronaldo coloca-me problemas; por um lado não gosto da estilo arranjadinho, da roupa de marca, das festas socialite, dos brincos e demais parafernália (ah, o grande Zidane...). E no futebol não gosto da maneira como ele cai e simula faltas, como protesta com o árbitro, como põe aquele ar amudado.

Por outro lado é admirável que alguém com essa vidinha, continue a jogar futebol de alto nível, a trabalhar tanto; e como tem aquela alegria de jogar, de querer a bola, de não se esconder com o jogo a correr-lhe bem ou mal.

E esta transferência para o Real Madrid é impressionante; o homem não tem medo de sair de um sítio que já dominava, de ir para outro lugar. Mudar de casa, local de treinos, treinador, colegas de equipa, estilo de jogo, campeonato. Ele não tem dúvidas que vai continuar a ser o melhor; e isso, queridos agitadores/as é absolutamente extraordinário.

3 Comments:

Anonymous João M. said...

João Marcelino, em interessante artigo, na sua coluna semanal no Diário de Notícias:


«OS GANHOS DOS DESPORTISTAS»

«1. Cristiano Ronaldo vale os 94 milhões de euros que o Real Madrid de Florentino Pérez pagou ao Manchester United na transferência mais cara de sempre do desporto mundial? E valerá os nove milhões que vai ganhar por ano a jogar futebol (mais outro tanto que lhe advirá da exploração dos direitos de imagem)?

As perguntas do momento têm ainda o condimento da crise: faz sentido pagar por um futebolista todo este dinheiro precisamente nesta altura? Não resulta tudo isto ainda mais escandaloso quando a economia só dita desemprego, inflação, pessoas, empresas, e até países, em dificuldades?

Primeira reflexão: se os ganhos individuais dos desportistas devem levantar uma discussão, nesse caso fará mais sentido começá-la com os cerca de cem milhões/ano que ganha Tiger Woods, no golfe; os 43 de Oscar de La Hoya, no boxe; os mais de 30 que arrecadam Federer e Nadal, no ténis, ou Alex Rodríguez, no basebol; os 31 de Kobe Bryant ou os 20 de Lebron James, no basquetebol da NBA; os também 30 de Valentino Rossi, no motociclismo; etc., etc. É um nunca mais acabar de desportistas que ainda assim ganham anualmente mais do que, por agora, vai conseguir arrecadar Cristiano Ronaldo. Por agora, porque quem lê o que dele se escreve um pouco por todo o mundo percebe que o potencial publicitário do futebolista português irá, nos próximos anos, alterar esta lista.

Ou seja, com ou sem Cristiano Ronaldo, o negócio dos grandes artistas do desporto mundial tem uma lógica própria. Pode ser perversa, mas é assim. Há quem valha porque há quem pague. E só há quem pague porque, por muito que isso pareça estranho, há quem acredite no retorno desse dinheiro.

Florentino Pérez, no Real Madrid, apresta-se para gastar 300 milhões em transferências num mês (155 já o foram com Ronaldo e Kaká - falta, pois, quase outro tanto...) e espera reaver esse dinheiro não só pelo que o clube facturará em direitos desportivos mas em direitos de imagem e, até, a longo prazo pela reanimação do negócio das transferências futebolísticas que estava parado. Na primeira linha e na última estarão também sempre as vitórias do seu clube e, até, os negócios imobiliários de onde lhe vem a sua enorme fortuna pessoal.

Em resumo, e por muito que pareça estranho, este mundo existe. É pago pela mesma gente vulgar que o discute com espanto, quando abre conta num determinado banco (o BES ontem mesmo já tinha um anúncio seu nas páginas de economia do EL Mundo, por exemplo), compra uma camisola para o filho, ou consome uma certa bebida.»

(...)

12:49 AM  
Anonymous João M. said...

Continuação do artigo acima postado:

«Nessa lógica própria, surpreendente e perversa, é até mais escrutinado do que o mercado da arte, do que era até aqui o financeiro (como se viu...) e alguns outros onde também as verbas despendidas às vezes não são compreensíveis. Ou pior: nem sequer são conhecidas.

2. Esta nova aventura de Florentino Pérez no Real Madrid vai ter mais do mesmo: dinheiro, muito dinheiro, grandes vedetas. Impressionante impacto mediático a nível mundial. O treinador, que desta vez vem do Villareal, é o chileno Manuel Pellegrini e mal andará o clube se mais uma vez achar que, como no tempo de Carlos Queiroz, deve entregar a gestão dos egos a um "pau mandado" que faz tudo o que os jogadores querem. Porque há uma coisa, muito humana, que o Real Madrid pode já dar por certa: o planeta do futebol vai ficar a torcer para que o dinheiro não seja tudo e o Real Madrid caia de novo vencido, como nos três últimos anos da primeira era Florentino. Esse é o outro lado deste negócio para o qual todos devem estar preparados, a começar por Cristiano Ronaldo. Mas não é, também isso, nada de novo. Os grandes triunfadores do desporto sabem que são alvos a abater por todos aqueles que à vez os aplaudem ou os querem ver caídos. Se só essa paixão autofágica permite estas verbas, então também isso tem lógica. É o circo romano no seu melhor.

No top ten das maiores transferências de sempre no futebol só um país repete: Portugal. Temos Cristiano em primeiro, Figo ainda em quarto (60 milhões). É surpreendente para a indústria futebolística de um país pequeno. Como também é surpreendente que tenhamos deixado de ter uma boa selecção nacional. Tenho uma tese, que os leitores mais atentos conhecem, mas não a repito. Dentro de dois anos, com outro treinador, tudo se perceberá com naturalidade...»

João Marcelino

12:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

Bom mas para já o Cristiano nao joa para o Real, mas antes numa cadeia de hoteis: Hilton!

6:58 AM  

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