Wednesday, March 05, 2008

A Comédia E O (Seu) Poder

Hillary Clinton ganhou Texas, e Ohio. E depois a terem dado como arrumada (pela segunda vez nesta campanha), voltou em grande. Obama ainda é favorito, mas não vai ser fácil (Hillary ganhou New York, Califórnia, New Jersey, Ohio, Texas -- Os estados mais importantes, maiores e aqueles que serão decisivos para uma vitória democrata).

Razões do comeback: cansaço com o discurso idealista de Obama (é difícil estar em extâse permanente); uma análise mais crítica de Obama; uma campanha mais afiada de Hillary; pequenas gaffes de Obama.

Mas o acontecimento mais curioso e imprevisível: uma sátira do Saturday Night Life, um velhinho programa de humor que gozava com os jornalistas (aqui), e que deixou finalmente claro o ódio da imprensa a Hillary, e o deleite por Obama.

É o poder da comédia em denunciar situações: Hillary andava a dizer isto há muito tempo, e passava por queixinhas. Depois do sketch do SNL passou a ter razão, e modificou (um pouquinho…) o comportamento dos próprios jornalistas. (Fez-me lembrar o modo como os Gato Fedorento destruíram aquele argumento absurdo do Rebelo de Sousa durante a campanha do aborto). Fantástico.

(Para verem o grau de parcialidade da imprensa favorecendo o Obama, HOJE no New York: "Those states were the battlegrounds where Mr. Obama was going to bury the last opponent to his history-making nomination, finally delivering on his message of hope while dashing the hopes of a Clinton presidential dynasty." Obama é "history making", Obama é a esperança, Clinton está a estragar essa inevitabilidade, Clinton é a continuação do sistema e um sistema dinástico. Num só parágrafo!)

10 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Mas ela continua a ter cento e trinta e poucos delegados a menos...

11:59 AM  
Blogger Muffi said...

Não percebo esta onda de euforia Clinton.
A verdade é que ontem ela conseguiu mais 187 delegados e o Barack Obama mais 183.
Ou seja, ela ficou apenas 4 delegados mais perto dele.
O que a deixa ainda com menos 156 delegados no total até agora.

10:22 PM  
Blogger tiago m said...

Querida Muffi,
Ela ganhou nos Estados mais importantes, mais populosos, mais significativos. E nos estados em que os democratas têm que vencer. Na maioria dos estados em que o Obama ganhou, os republicanos vão ganhar, logo a vitória dele é basicamente irrelevante. Mas principalmente a euforia foi que apesar de toda a imprensa dizer desde há semanas que ela ia perder, ela na realidade não perdeu.


Querida Sofia,
Não sei se a América ADORA o Obama assim tanto. Se ADORASSE assim tanto ele já tinha ganho isto há muito. Na prática o Obama tem muito poucos votos acima da Hillary. Aliás, se não contares os caucuses (uma forma peculiar de democracia, parecida com o voto não secreto do partido comunista aqui em Portugal…) o Obama tem menos votos que a Hillary. Há uma enorme desconexão entre a América e os meios de comunicação americanos. E ISSO é MUITO enervante; mesmo para quem gosta do Obama como eu.

Outra coisa muito enervante é a lógica de evangelização e acima dos outros que querem fazer dele. É talvez a coisas que mais me põe o pelo do lado contrário!

Para quem tem paciência, esta análise tem muita piada:

aqui

6:18 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Sofia

Segundo a CNN:
Obama 1,520(1,321 Pledged and Superdels 238)
Clinton 1,424 (1,186 Pledged and Superdels 199)

Tiago

Explica lá melhor como vai a mulher do Bill ganhar as primárias.

9:45 AM  
Blogger tiago m said...

querido Coelho,

a tua expressão: "a mulher do Bill" está bastante em sintonia com um certo underlying tom desta discussão muito significativo

essas contas são muito pouco significativas; os superdelegados vão escolher quem tiverem a sensação que representa o que as pessoas querem. Se a Hillary ganhar Idaho, Pensilvania, Porto Rico, e subir nas sondagens em termos gerais, os superdelegados escolhem-na sem dúvidas

para além de que muita gente quer repetir eleições na Flórida e no Michigan (mais uma peculiariedade destas eleições…) e isso provavelmente daria mais delegados para a Hillary.

Obama continua favorito. Mas esta nova corrente que diz que a Hillary não tem qualquer hipótese é muito pouco democrático!

12:06 PM  
Blogger tiago m said...

querido Coelho,

a tua expressão: "a mulher do Bill" está bastante em sintonia com um certo underlying tom desta discussão muito significativo

essas contas são muito pouco significativas; os superdelegados vão escolher quem tiverem a sensação que representa o que as pessoas querem. Se a Hillary ganhar Idaho, Pensilvania, Porto Rico, e subir nas sondagens em termos gerais, os superdelegados escolhem-na sem dúvidas

para além de que muita gente quer repetir eleições na Flórida e no Michigan (mais uma peculiariedade destas eleições…) e isso provavelmente daria mais delegados para a Hillary.

Obama continua favorito. Mas esta nova corrente que diz que a Hillary não tem qualquer hipótese é muito pouco democrático!

12:06 PM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Tiago

Até pode ganhar as primárias e vir a ser a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, mas nao deixa de ser a mulher do Bill Cliton que foi uns dos melhores presidentes que is USA tiveram (se bem que o Gore tb ajudou e muito).

O Obama é muito mais sexy que a Hilary. O gajo é alto 1,85 m, elegante, moreno (muito mais na moda que os louros) tem um bom sorriso. A Hilary é baixa, gorda loura e com um sorriso estupido.
Alguma dúvida sobre a escolha dos media?

8:15 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pois não, Sofia, «a dupla Clinto Tiagp nao tem mesmo NADA de santo»!!!

9:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

A língua portuguesa é muito traiçoeira!...

9:19 PM  
Blogger tiago m said...

lindo, lindo!
vamos continuar neste maravilhoso debate na Pensylvania!

e contrariamente ao que se diz, quanto mais discussão/debate/primárias houver melhor para os democratas: mais exposição, mais publicidade, mais capacidade para chegar ao povo

11:14 PM  

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