Wednesday, August 05, 2009

Não Vou Usar na Campanha

Isaltino Morais foi condenado por corrupção, relacionado directamente com o cargo de presidente de Câmara. Vai haver eleições e os seus oponentes dizem que não vão usar esse facto na campanha.

Está tudo doido? Mas se o homem é corrupto, e condenado em tribunal isso não é uma arma política legítima? Lidas as declarações parece que é tipo: "não vou usar que ele seja divorciado, ou corno, ou gay, ou que tem um filho ilegítimo, ou um filho deficiente!".

Às vezes a política tem coisas imensamente surpreendentes.

6 Comments:

Anonymous Francisco Anacleto Louçã said...

Mafioso por mafioso, estes são muito piores e muito mais despreziveis:

http://www.youtube.com/watch?v=e0LZ_Xeg6dc

4:53 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Oh Tiago, como é que eles podem usar uma arma, que provavelmente também pode usar contra eles?
Desculpa Marcos, mas é o que se pode concluir...

Mas o mais vergonhoso, é que alguém é condenado por corrupção no exercício de um cargo político e pode candidatar-se exactamente ao mesmo cargo!!!

8:18 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Sofia, desculpa mas estás a misturar as coisas.
O Berlusconi não enriqueceu indevidamente no exercício de cargos públicos.
Se gosta de fazer orgias, desde que seja com mulheres adultas, é um problema só seu.
E se me permites ao convidar o primeiro ministro checo, faz mais pela União Européia que muitos tratados.

10:23 PM  
Blogger PK said...

infelizmente o Isatino não é o primeiro e não será o último. o que é gritante e escandaloso é que independentemente do partido, cor, facção ou motivação a democracia não se pode exercer assim... permitindo estes absurdos.
e tenho para mim... que tem cargos públicos tem que ter virtudes públicas...

1:34 AM  
Blogger Paulo Coelho Vaz said...

Bom até nisso o Berlusconi é bem parecido com os gregos...

4:04 PM  
Anonymous jOÃO cHAGAS aLEIXO said...

Crónica, enviada por mail, da autoria do jornalista Mário Crespo:

«OS COMEDIANTES»

«Ao pedir a um cunhado médico que lhe engessasse o braço antes de uma prova judicial de caligrafia que o poderia incriminar, António Preto mostrou ter um nervo raro. Com este impressionante número, Preto definiu-se como homem e como político. Ao tentar impô-lo ao país como parlamentar da República, Manuela Ferreira Leite define-se como política e como cidadã. Mesmo numa época de grande ridículo e roubalheira, Preto distinguiu-se pelo arrojo e criatividade. Só pode ter sido por isso que Manuela Ferreira Leite não resistiu a incluir um derradeiro arguido na sua lista de favoritos para abrilhantar um elenco parlamentar que, agora sim, promete momentos de arrebatadora jovialidade em São Bento.

À tribunícia narrativa de costumes de Pacheco Pereira e à estonteante fleuma de João de Deus Pinheiro, vai juntar-se António Preto com o seu engenho e arte capazes de frustrar o mais justiceiro dos investigadores. Se alguma vez chegar a ser intimado a sentar-se no banco dos réus, já o estou a ver a ir ter com o seu habitual fornecedor de imobilizadores clínicos para o convencer a fazer-lhe um paralisador sacro-escrotal que o impeça de se sentar onde quer que seja, tribunal ou bancada parlamentar.

Se o convocarem para prestar declarações, logo aparecerá com um imobilizador maxilo-masséter-digástrico que o remeterá ao mais profundo mutismo, contemplando impávido com os olhos divertidos de profundo humorista os esforços inglórios do poder judicial para o apanhar, enquanto sorve, por uma palhinha apertada nos lábios, batidos nutritivos com a segurança dos imunes impunes.

Em dramatismo, o braço engessado de Preto destrona os cornos de Pinho. Com esta escolha, Manuela Ferreira Leite veio lembrar-nos que também há no PSD comediantes de grande calibre capazes de tornar a monotonia legislativa no arraial caleidoscópico de animação que está a fazer do Canal Parlamento um conteúdo prime em qualquer pacote de Cabo.

Que são os invulgares familiares de José Sócrates, o seu estranho tio ou o seu temível primo que aprende golpes de mão fatais na China, quando comparados com um transformista que ilude com tanta facilidade a perícia judiciária? António Preto é mesmo melhor que Vale e Azevedo em recursos dilatórios e excede todos os outros arguidos da nossa praça com as suas qualidades naturais para o burlesco melodramático.

Entre arguidos, António Preto é um primo interpares. Ao fazer tão arrojada escolha para o elenco político que propõe ao país como solução para a nossa crise de valores, Manuela Ferreira Leite só pode querer corrigir a percepção que o eleitorado possa ter de que ela é uma cinzentona sem espírito de humor e que o seu grupo parlamentar vai ser o nacional bocejo.

A líder social-democrata respondeu às marcantes investidas de Pinho com as inimitáveis braçadas de Preto. Arguidos na vida política há muitos, mas como António Preto há só um. Quem o tem, tão fresco e irreverente como na primeira investigação judicial, é Manuela Ferreira Leite e o seu PSD. Karl Marx, na introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, escreve que "a fase final na história de um sistema político é a comédia". Com estas listas do PSD e com a inspiração guionística de António Preto, Ferreira Leite está a escrever o último acto.»

12:31 AM  

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