Costas Baby, Costas

Via convite para antigas glórias académicas (ah, um gajo pode habituar-se a viver dos lucros do passado…) fui ao baile de gala da Queima das Fitas.

Ocasião imperdível para uma das já famosas crónicas de moda do Agitar.

Acabaram as saias em balão, os fru-frus, os laços; os vestidos estão MUITO melhores, mais decotados, mais sofisticados.

As mulheres estão mais altas, mais bonitas, mais atraentes, mais interessantes.

As mulheres com algum peso acima da média, e com volume correspondente aprenderam o que as suas companheiras americanas já aprenderam há muito tempo: a única maneira de serem apreciadas é mostrarem o que têm; quanto maior o peso, maior o decote, e a malta aplaude.

Imensos vestidos com costas quase todas nuas; FABULOSO.

Noutras notas:

Os homens, hélas, continuam tão mal arranjados como antes, desleixados; passado uma hora tiram o casaco, colocam a gravata na cabeça a fazer de fita, deixam de ter qualquer decoro.

A comida do baile continua tão pouco interessante como sempre; a decoração subiu uns pontos.

A tensão entre namorados (ou afins) continuam a ser frequentes: choros, discussões, etc. A melhor que ouvi foi de duas miúdas com muito bom aspecto, a discutirem por causa de um moço (também ele muito apresentável); elas disparavam : "o que me irrita solenemente", "porque tu com ele", "eu nunca fiz isso", "ele não disse isso", "porque vocês". Ele nem falava, o que é solução mais avisada; podia tentar também o jackpot com um "Can we all get along"; mas não sei se os estudantes da Universidade de Coimbra, apesar das claras melhorias, já estão tão sofisticados assim.

Cavaco a Primeiro-ministro

Cavaco não pára de mandar postas de pescada sobre economia. Nomeadamente que o TGV e outras obras públicas não devem avançar. Falando no seu tom irritantemente professoral diz que é básico não investir quando a economia está mal.

Entra em campo a única certeza que eu tenho sobre a economia: que para um ensinamento básico há outro ensinamento básico contrário; diz o nosso amigo Keynes: investimento público é bom em momentos de crise.

Outro ensinamento básico, desta vez do direito (constitucional) que eu professoralmente dou ao Cavaco: o Presidente da República não tem que mandar postas sobre economia. Esse é o papel do primeiro-ministro e dos partidos da oposição. Era lindo fazermos-lhe chegar essa mensagem nas próximas eleições; e ele depois poderá disputar o papel de primeiro-ministro que tanto deseja.