Começo o texto. Não sai, saio da sala para ir buscar uns papeis. Volto e verifico que a caneta ficou na outra sala. Recomeço a escrever o texto, mas saio para voltar pela caneta, pego no papel e vejo que faltam algumas candidaturas, penso que o Jorge me pode ajudar, a comparar com o papel dele, volto ao texto, lembro-me que a pen também ficou na outra sala, mas não preciso agora dela, volto ao texto, mas era melhor acabar esta análise, volto ao texto.
Não nos conseguimos concentrar mais do que um minuto numa tarefa, a nossa atenção saltita entre várias coisas, à primeira dificuldade abandonamos a tarefa. O google está a fazer-nos
estúpidos, não retemos mais nada que seja realmente das nossas memórias.
Mais do que dois segundos sem alguma distração nos põe apopléxicos, os miúdos nem numa viagem de carro estão sem um vídeo, uma consola, um ipad, um jogo no smart-phone, uma ligação a outra gente, a um sms, a um telefonema.
Proponho rever
"Rhetorica ad Herennium", organizar os nossos Palácios da memória, participar em
competições de decorar letras, ordem de cartas, números de 200 dígitos.