Monday, October 27, 2008

Barack Hussein Obama

Incrível, mas o homem vai mesmo ganhar; é uma verdadeira história do american dream. E mais ainda, o banho vai ser enorme, com os democratas provavelmente a ganhar 60 votos no Senado, equivalente a uma maioria absoluta. (Há republicanos que já dizem, vamos esquecer o McCain –já perdeu– vamos impedir os 60 votos no Senado! Sorry Senator, Let's Salvage What We Can.)

E a pergunta agora é o que fazer com isto. Com um programa mais baseado num conceito (change), do que num programa político muito firme, Barack vai ter a responsabilidade de definir o futuro na américa (e do mundo…) numa altura de profunda crise e de falta de ideias positivas.

Só lhe podemos desejar toda a sorte do mundo…

(Vale a pena ver este video da Sarah Palin: Os estudos em mosca não servem para nada; e deve dar-se o dinheiro ao autismo. Fascinante; passei de inutil a muito util, desde que abandonei a Drosophila e me concentro no Autismo! Obrigado Sarah Palin, é mesmo isso nada para as moscas, tudo para o autismo!)

Nota: Sobre as moscas e o autismo, vale mesmo a pena ver este video. FANTASTICO!

Tuesday, October 21, 2008

A Beleza da Irracionalidade

Passeando gente por Lisboa; oportunidade para visitar uma cidade lindíssima com olhos atentos. Coro no Convento dos Jerónimos, vozes afinadas, a ecoar na igreja, com o sol a entrar pelos vitrais; paz, tranquilidade, elevação.

Festa dos escuteiros, na igreja em frente de casa, multidão congregada, risos, aguentando a chuva, barulho e ranchos folclóricos, várias idades, famílias juntas; um sentido forte de comunidade, comunhão e união.

Fortes, intensos, esteticamente poderosos os símbolos irracionais; recentemente vários livros e cientistas falam do "gene de Deus", das vantagens evolutivas que seleccionam genes de gente que acredita em Deus. Pessoalmente vejo esse tipo de genética que explica a sociedade nas suas funções mais complexas como uma treta.

Mas a irracionalidade tem grande poder e grande beleza estética; e o mundo seria menos colorido se eles desaparecessem (e no entanto, provavelmente, mais justo, mais progressista e mais racional).

Wednesday, October 15, 2008

Crises

1) Os bancos portugueses felizmente são sólidos e aguentam-se na crise, dizem-nos Governo, banqueiros e peritos da opinião. Fico descansadíssimo; e um bocado baralhado com a pequena linha de crédito de 20 mil milhões para ajudar os bancos. Só para comparação, o orçamento da ciência em 2007 (que o Governo tem vindo a aumentar) foi à volta dos 3 mil milhões de Euros. Proporção de Bancos 7 – Ciência 1. E ainda bem que os Bancos são sólidos.

2) António Borges deu uma entrevista extensa ao Público, onde, de novo, fala de alto sobre a situação económica do país e da maneira óbvia e clara como os outros são burros e ele esperto. Apertado sobre a questão do seu elogio ao sub-prime (que Sócrates muito bem aproveitou) primeiro não responde; depois balbucia umas desculpas. Lindo.

3) Empréstimos aos bancos, aumentos na função pública, crédito para as PMEs, apoio às famílias com dificuldades nos empréstimos bancários. Mas há dinheiro para isto tudo? E de onde é que ele vem? (Também quero)

4) Numa atitude de mete nojo, comprei o Economist desta semana. Queria ver a coerência da revista, agora que o seu bem-amado sistema está com tantos problemas. (Sempre me irritou a mania de nos mais diversos Fóruns em Portugal se referenciar o Economist como uma autoridade moral e absoluta, sendo a revista completamente (e assumidamente) liberal e contra o Estado. "Apareceu no Economist desta semana; e as cabeças acenam, sossegadas, em consenso perante prova irrefutável de verdade. Pois esta semana o Economist verga-se, acabrunhado; pedindo pela intervenção do Estado e dizendo que não é tempo para (os seus próprios) dogmas. Para comprar, guardar e retirar da gaveta quando os tempos forem outros e o habitual "no state regulation" voltar a ser o lema desta gente.

Friday, October 10, 2008

Salário Mínimo! Aumentar Já

Na semana passada, alertado pelo grande Coelho (neste mundo globalizado, estar na República Checa não impede de saber o que se está a passar na RTP1) vi um programa de como é viver com 470 euros por mês, salário minímo. De partir o coração, evidentemente.

A parte em que a senhora tinha que justificar(-se) por pagar TV Cabo ("é para o meu filho; ele fica sempre sozinho em casa; assim pelo menos aprende alguma coisa") é dilacerante.

Não será possível fazer melhor? E que tal pelo menos obrigar os governos (especialmente os de esquerda) a colocarem nos seus objectivos um aumento substancial do mínimo? Que pelo menos isso esteja claro nas obrigações colectivas do nosso país.

Friday, October 03, 2008

A Liberdade

Os deputados do Parlamento português têm esta característica muito especial: estão sempre de acordo com o seu partido e de acordo com os outros deputados do seu partido. Das várias dezenas (centenas?) de votações numa sessão legislativa ninguém vota diferentemente dos seus colegas. Mais ainda, uma vez que representam diferentes zonas do país, em nenhuma destas leis, os deputados do Algarve, (p.ex.) consideram que os interesses dos seus constituintes são diferentes dos constituintes do Minho!

Esta semana, os senhores deputados, desta vez os do PS, vão exercer esta opinião unanimista; aparentemente alguns deles até não estão de acordo, mas muito dignamente e sem dobrar a espinha vão votar contra a sua própria opinião, e a favor do que o partido quer.

É com gente valente e desta têmpera decidida que o país necessita para andar para a frente.