10 minutos de crianças sobredotadas, meia hora de futebol (sem qualquer imagem de golos, discussão sobre jogos que vão acontecer daqui a dois dias), reabertura de eléctricos em Lisboa com entrevista à senhora velhota, com bengala, "agora é uma maravilha, já não tenho que gastar meia hora para chegar lá acima", vizinhos do criminoso, que asseguram que o homem é inocente, "mas ele parecia tão sossegado, nunca dava problema nenhum", directos em frente a tribunais vazios onde não se passa nada há mais de onze horas. É o estado das notícias em Portugal. Onde em outros países se gasta 1/2 hora de notícias, aqui arrasta-mo-nos por hora e meia. O jornalista introduz a notícia, que a peça repete, que o jornalista reitera no final. Palha, palha, palha. E o pior: gasta-se o tempo e fica-se com informação superficial, de fait-divers, centrada no nosso umbigo.
No outro extremo do espectro o Euronews. Refrescante, rápido, com conteúdo, sem comentários parvos. Muito mais curto, mas com uma visão incomparavelmente mais global do que se passa pelo mundo. Economia, artes, política, desporto (de facto desporto e não futebol!). A anos luz dos nossos pindéricos canais.